O Google confirmou uma parceria com a brasileira ACE Startups e mostrou que deve investir no futuro das empresas de novas tecnologias no país. Em conferência realizada, o gigante norte-americano anunciou o acordo e colocou a empresa como representante oficial do programa Google Developers Launchpad. O acordo mostra um possível potencial do país no mercado de startups e, principalmente, de fintechs.
O programa Google Developers Launchpad é uma das principais frentes da empresa atualmente. Dando suportes as startups que buscam oferecer serviços diferenciados em troca de investidores, o Google faz com que empresas consigam contatos para gerar lucros, melhorar questões técnicas e aumentar a distribuição do serviço no país de origem e também no mundo. A ideia é aproximar pequenas e boas ideias com a sede da própria companhia, que fica no famoso Silicon Valley.
Criadaem 2012 pelas mãos dos empresários Pedro Waengertner e Mike Ajnsztajn, a ACE Startups começou com o nome de Aceleratech e demorou alguns anos para conseguir expandir os negócios. Com a sede oficial em São Paulo, a empresa desde 2016 assumiu o nome recente e expandiu para Rio de Janeiro, Curitiba, Goiânia e Belo Horizonte, polos tecnológicos do Brasil. A empresa tem como negócio o acelerador de startups do Brasil. Ela é responsável por acolher pequenas empresas, realizar contatos com investidores e interessados para que a startup possa sair do campo de ideias e gerar um negócio efetivo.
Atualmente, a ACE conta com 180 startups no portfólio, sendo que nove delas já em processo de conclusão de objetivo. A Cuponeria, a Logcomex e a Flapper são algumas das empresas que foram bem sucedidas com a ACE como aceleradora. Outro campo da empresa é a ACE Cortex, que busca trazer inovação em corporações já consagradas, como a BTG Pactual e a Gol Linhas Aéreas. O acordo com a Google é um passo maior ainda e faz a empresa com potencial de ajudar ainda mais as empresas brasileiras com investidores e networking.
Programa do Google pode ser diferencial para parcerias
A ACE Startups entra para um seleto grupo de aceleradoras que já são parceiras da Google. Ela será a terceira empresa na América Latina com tal acordo. A Corporacion Ventures, da Colômbia, e a Banj, do Porto Rico, já fazem parte do portfólio do Google. As outras empresas, e os respectivos países são: Venture Garden Group, da Nigeria, Startit Center Beograd, da Sérvia, The Nest I/O, do Paquistão, Digitaraya, da Indonésia, e a Start Up Village, das Filipinas.
Com a parceria, a empresa brasileira terá mais acesso aos recursos técnicos vindo do Google Developers Launchpad. Segundo Gabriel Ferreira, assessor de imprensa da ACE, a proximidade com a Google deve ajudar todas as startups parceiras com desafios e dilemas enfrentados para conseguir investidores e produzir um negócio rentável. O Google também confirmou que oferecer tal parceria é investir no ecossistema de empreendedores digitais não só do Brasil, mas também da América Latina.
No entanto, essaproximidade com o Google não é uma garantia de futuro bem sucedido. O mercado de novas tecnologias e startups se move muito rápido e, às vezes, uma decisão ruim ou no tempo errado pode acabar com todo o programa. A Quirky, empresa que prestava um serviço semelhante a da ACE, conseguiu investidores e arrecadou cerca de R$ 750 milhões. No entanto, por decisões equivocadas de negócios, acabou falindo logo depois. Outra empresa que possui uma história peculiar é a Excite, que em 1999 teve a oportunidade de comprar o Google por menos de US$ 1 milhão, mas recusou, como mostra esse curioso infográfico produzido pela Betway. Recentemente, o Facebook tentou realizar a compra do Snapchat e falhou. Como solução, a empresa investiu pesado no Instagram, com um serviço parecido com o do rival, e acabou roubando muitos usuários.
Mercado de fintechs é exemplo a ser seguido
Apesar de não ser garantia de sucesso, o programa do Google pode ser um diferencial para um crescimento relativamente rápido. O exemplo disso é a NuBank, principal fintech do país e a primeira startup brasileira a conseguir o título de unicórnio sem vender parte do negócio. Ou seja, a primeira empresa nacional desse setor a valer mais de US$ 1 bilhão apenas pelo negócio prestado no país. A PagSeguro, outra fintech de sucesso do Brasil, e a 99, que oferece serviço de transporte, também já alcançaram tal patamar, mas a primeira vendeu ações no mercado e a segunda foi comprada por um empresário chinês.
O mercado de fintechs, que são as startups voltadas para o mundo de negócios, é uma área de crescimento e força no país. Segundo dados divulgados pela a Fiesp, quase 29% das empresas já buscaram crédito em fintechs e não com bancos tradicionais. Além disso, cerca de 20% já utilizaram serviços financeiros fora do sistema tradicional. E oa resultados com tais novos meios de negócios são satisfatórios, já que cerca de 77% avaliaram a experiência como boa ou excelente.
Isso mostra que o mercado brasileiro está mudando e a oportunidade para novas empresas, sejam startups em áreas comuns, ou as fintechs, está aumentando cada vez mais. O Google reconheceu isso ao acertar um acordo com a ACE Startups. Um futuro promissor para as empresas de novas tecnologias é também uma porta para uma nova injeção de capital para a economia do Brasil. Os próximos passos de investimentos, negociações e resultados serão observados de perto e nos anos seguintes saberemos a resposta que a ACE, o Google e as startups darão para o país.
Autor / Fonte: Assessoria
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