Maioria entre federais eleitos por Rondônia deve votar em Maia para comandar a Câmara; senadores escondem o jogo, mas não querem saber de Renan Calheiros

PORTO CHIBATÃO MUDA PARA HUMAITÁ, POR CAUSA DA HORROROSA ESTRADA DO BELMONT

A situação caótica da Estrada do Belmont e da falta de apoio em todos os níveis, está prestes a registrar a primeira grande perda para Porto Velho: a mudança do Porto Chibatão, um gigantesco porto no rio Madeira pertencente à empresa J. F. de Oliveira Navegação Ltda , que pode sair daqui em definitivo e se instalar em Humaitá, no Amazonas. O grupo Chibatão, aliás, tem sua sede em Manaus, onde é proprietário do maior porto da América Latina, com mais de 1 milhão de metros quadrados. Instalada desde 1996 na Capital rondoniense, ou seja, há 23 anos, o Chibatão só não foi embora antes pelo grande amor que seu diretor presidente, José Ferreira de Oliveira, conhecido como Passarão, tem pela cidade.

Nessas mais de duas décadas, os prejuízos foram imensos, pela péssima qualidade da Estrada, que nenhum governo, nesse tempo todo, resolveu. Agora, quando recém assumiu, o governador Marcos Rocha começou a dar um apoio mais efetivo para recuperação da Belmont, mas, ao que parece, ao menos para o Chibatão, a decisão chegou tarde demais. Segundo a procuradora da empresa em Rondônia, Marilene Carvalho dos Santos, toda a estrutura do novo porto está pronta, inclusive com as autorizações ambientais e as demais, necessárias para o funcionamento, já estarem valendo.

Cansada de pedir socorro e apoios para a solução para essa questão básica de infraestrutura, pelas péssimas condições da Estrada do Belmont, que prejudicam o funcionamento de mais de 50 empresas do setor de navegação e distribuição de derivados de petróleo, no bairro Nacional, a direção da empresa não teve outra escolha: vai mudar sua planta principal na região e desviá-la 200 quilômetros em direção a Manaus, na cidade de  Humaitá. Ali, terá muito mais vantagens, menores custos para operar, até porque o acesso ao porto daquela cidade é muito bom, enquanto o de Porto Velho é assemelhado ao caos. 

É fundamental que o Governo do Estado se dedique, com toda a urgência possível, para a recuperação total da Estrada do Belmont. A verdade é que a perda de um porto enorme, como o de Chibatão (veja um vídeo sobre a empresa, no link https://www.youtube.com/watch?v=y06NRi3AQmU) que oferece quase 200 empregos em Porto Velho, mas emprega mais de 3 mil funcionários em toda a sua estrutura, pode ser apenas o começo da trágica saída de dezenas de outras empresas, vivendo sob a péssima estrada que as liga à cidade.

Somadas, as empresas que atuam naquela região, pagam algo em torno de 80 milhões de reais/mês só em ICMS. Quase 1 bilhão por ano. Marcos Rocha, que chegou há pouco tempo no poder, pegou mais esse foguete pelo rabo. Já mandou o DER começar a melhorar as condições da Belmont, mas, até agora, ela continua cada vez pior. Agora é hora de resolver, antes que seja tarde demais.

DÍVIDA DO BERON: ORDEM É REVER

Em breve, o caso da divida do Beron poderá ter novos capítulos. Na semana passada, ao encontrar-se com o presidente Jair Bolsonaro, o governador Marcos Rocha pediu que o assunto seja revisto. O Presidente da República determinou à sua equipe que o pedido seja atendido. Rocha relatou ao Presidente a forma injusta como a dívida foi criada, com grande participação dos interventores do Banco do Central, que a multiplicaram por dez vezes, ao invés de diminuí-la e disse que a cobrança, da forma como é feita hoje, pode até parecer legal e até ser legal, “mas não é moral e muito menos ética”. Rocha destacou que o atual governo federal sabe da importância estratégica de Rondônia para toda a região e que “não é justo e nem vale a pena cobrar uma dívida que é impagável e impossível de ser quitada”, da forma como ela foi se tornando um caso caótico, em que quanto mais o Estado paga, mais fica devendo. “Todos precisamos estar cientes das responsabilidades e dar condições de Rondônia crescer e ajudar o país se desenvolver”, afirmou o néo Governador. Segundo ele, Bolsonaro concordou com as suas argumentações, a ponto de mandar rever, de imediato, a situação da dívida beroniana.

É EDSON QUEM PRESIDE NA SEXTA!

Última forma: não será o deputado estadual mais velho quem irá presidir a sessão de abertura da nova legislatura da Assembleia, marcada para esta sexta-feira à tarde, na casa de shows Talismã, em Porto Velho. Se fosse, a missão seria dada a José Lebrão, do MDB, por coincidência também o mais votado na última eleição. Normalmente seria ele, mas o regimento interno do Poder decidiu diferente. Por ele, a responsabilidade será do atual vice-presidente, o deputado, também do MDB, Edson Martins. A decisão foi anunciada e será confirmada oficialmente, numa reunião preparatório de escolha do novo presidente e da nova Mesa Diretora do parlamento rondoniense, que acontecerá nessa quarta, em Porto Velho.  Os detalhes da sessão solene, que abre a décima legislatura e a primeira, com quatro anos de mandato para os 24 eleitos, no prédio recém inaugurado, serão debatidos no encontro agendado ontem. Aos 60 anos, natural de Nova Venância, Espírito Santo, Edson Martins foi eleito para mais um mandato como deputado estadual, com 11.687 votos. Um dos parlamentares mais respeitados na ALE, ele vai cumprir seu quarto mandato.

RENAN TERÁ VOTO DOS RONDONIENSES?

Em quem vão votar os representantes de Rondônia, para a presidência do Senado? Até agora, pelo menos, não houve nenhum pronunciamento oficial de declaração de voto nem de Marcos Rogério, nem de Confúcio Moura e de Acir Gurgacz. Pelo que se ouve nos bastidores, Marcos Rogério e Confúcio não vão votar em Renan Calheiros, aquele que representa, no Senado, a política antiga, de compadrio, de troca de favores e de enrolados com a Justiça. Gurgacz ainda não se pronunciou, portanto não se sabe se ele iria com Renan  ou com algum outro nome que não está entre os mais fortes para a disputa. Renan Calheiros tem uma concorrente dentro do próprio partido, o MDB; a senadora pelo Mato Grosso, Simone Tebet. Comenta-se ainda que haverá outras candidaturas, mas todas com poucas chances, como a do senador Reguffe, que está sem partido e que se lançou à disputa. Reguffe diz que o país precisa de um Senado “mais transparente e que custe muito menos para o contribuinte do que custa hoje. Vou usar a minha candidatura para forçar que alguns temas tenham que ser obrigatoriamente debatidos, como o custo do Senado Federal para o contribuinte brasileiro”, afirmou. Ou seja, com esse discurso, vai é perder votos dos seus colegas, não conquistá-los. Renan, o enrolado, que responde a vários processos na Justiça, é o preferido. Menos dos rondonienses, ao que parece.

NA CÂMARA, MAIORIA VAI COM MAIA

Já na Câmara Federal, Rodrigo Maia deve contar com a maioria do apoio da bancada federal rondoniense. Embora não tenham declarado publicamente, ouve-se que vários parlamentares já estariam decididos a manter o atual presidente da Casa. Inclui-se aí o Coronel Chrisóstomo, do PSL, que vai votar acompanhando a posição do presidente Bolsonaro, que apoia Maia para manter-se no comando da Câmara. Lúcio Mosquini (MDB), Mariana Carvalho (PSDB), Jaqueline Cassol (PP), também seriam votos certos no presidente que só não será reeleito caso aconteça uma grande e inesperada zebra, na Hora H. Não há certeza se Mauro Nazif (PSB) e Expedito Neto (PSD), votarão em Rodrigo Maia. Neto, extremamente independente, poucas vezes seguiu a orientação partidária. Sempre vota por suas convicções, como demonstrou em várias ocasiões. Não se sabe ainda a posição da néo deputada federal Silvia Cristina, de Ji-Paraná. O  campeão de votos no Estado, o jovem deputado federal Léo Moraes, de primeiro mandato, como Silvia, Jaqueline e Chrisóstomo, também não abriu seu voto, mas deverá ir com Maia. A eleição é na próxima sexta-feira, como o será no Senado e em todas as Assembleias Legislativas do país.

O TERCEIRO ANO VAI FICAR

Foi uma espécie de batalha em defesa da educação. O esforço do deputado Laerte Gomes (PSDB), no sentido de apoiar estudantes do 3º ano em tempo integral da Escola Estadual Jovem Gonçalves Vilela, de Ji-Paraná, ao que tudo indica, pode ter resultado positivo. A Secretaria de Educação (Seduc), havia decidido extinguir o 3º ano, em nome, entre outras coisas, de contensão de despesas. Os alunos, pais, sociedade que se envolve com a escola, uma das mais importantes e que mais se destacam no contexto da boa qualidade da educação da segunda maior cidade do Estado, se mobilizaram, exigindo que a medida não fosse concretizada. Laerte, um importante porta voz dos interesses daquela comunidade, entrou na história. Começou uma série de contatos com a Seduc e com a regional de Ji-Paraná, defendendo a manutenção do curso integral do 3º ano. Ao que parece o esforço valeu a pena, porque o caso estaria sendo revisto pelas autoridades educacionais, numa demonstração e bom senso e de respeito aos pleitos da coletividade. Com 10 salas de aula, 58 funcionários e uma infraestrutura de boa qualidade, a Jovem Gonçalves Vilela tem quase 730 alunos. O que se esperar agora é que, quando recomeçarem as aulas, em 5 de fevereiro, os estudantes do Terceirão estejam lá, cumprindo suas aulas.

ETERNIZADOS NO PODER

O discurso é um, a ação é outra! Na eleição do Sindeprof, dos servidores municipais, o que se ouvia é que a maioria dos associados estaria disposta a mudar o comando da entidade, pois a vereadora Elis Regina e sua família dominam o sindicato há 26 anos. Várias denúncias foram feitas de que ela estaria usando a estrutura do sindicato para cooptar votos, ao ponto de a Justiça intervir e transferir a eleição que tinha sido marcada sem a devida antecedência. Foi só papo furado. Elis e sua chapa ganharam a eleição na base de cinco votos contra um da oposição. Os membros do sindicato querem que a família da vereadora – e ela própria – completem pelo menos 30 anos no comando do Sindprof. Dos quase cinco mil sócios aptos a votar, menos da metade compareceu, porque a maioria dos servidores está de férias. E realizar a eleição em janeiro, num momento que a maioria do pessoal não esta nem aí para a eleição e centenas estão viajando, é uma das táticas da diretoria de três décadas para se eternizar no poder. A chapa 2, que perdeu feio, ainda aguarda a análise de denúncias que foram encaminhadas à Justiça, por irregularidades que teriam sido praticadas na eleição, incluindo suspeita de compra de votos. Mas com uma lavada de cinco por um (1.723 a 353 votos), não há muito mais o que fazer nem dizer...

PERGUNTINHA

Você sabia que a ditadura de Nícolas Maduro matou 40 pessoas num só dia, durante  protestos contra ele, nesta semana e que prendeu mais de 850 pessoas, entre elas mais de 70 crianças, algumas com menos de 12 anos?

 

Autor / Fonte: Sérgio Pires

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