Porto Velho, RO – A Polícia Civil, através da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO/RO), deflagrou da madrugada desta quinta-feira (09) a megaoperação 'Meganhe' com a finalidade de desbaratar grupo delituoso que supostamente operava esquemas em presídios de Rondônia, na Capital Porto Velho. Foram alvos da operação as unidades prisionais José Mário Alves da Silva, o Urso Branco; a Penitenciária de Médio Porte – Pandinha e o Ênio Pinheiro. A polícia levanta informações há mais de dois anos para respaldar a operação. Foram apreendidos vários celulares e armas artesanais.
Agente e delegado levam conduzidos à DRACO/RO / Foto.: Gregory Rodriguez (Rondônia Dinâmica)
De acordo com informações preliminares colhidas pelo jornal eletrônico Rondônia Dinâmica, a incursão policial envolveu o trabalho de duzentos agentes sob supervisão de vinte delegados que, por sua vez, coordenaram quarenta e oito equipes em várias frentes de serviço.
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em escritórios de advogados investigados. Mais de uma dezena de agentes penitenciários foi presa. Nas primeiras horas do dia, mais de 30 mandados de prisão foram cumpridos. Cinco detentos, considerados 'chefe' de celas, também foram conduzidos à DRACO/RO.
Maiores informações serão repassadas pelos responsáveis pela operação logo mais em entrevista coletiva.
Documentos apreendidos pela Polícia Civil / Foto.: Gregory Rodriguez (Rondônia Dinâmica)
Atualizada às 11h04
Polícia Civil deflagra operação "Meganha" contra agentes públicos em Porto Velho
Agentes penitenciários recebiam vantagens para facilitar "vida" do preso no Ênio Pinheiro
Porto Velho, RO – A Polícia Civil do Estado de Rondônia por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), deflagrou na manhã desta quinta-feira (09/03), a operação denominada "Meganha". O objetivo da operação é combater atos ilegais de favorecimento ao preso realizados por uma organização criminosa que atuava dentro do Sistema Carcerário local, além de outros crimes. A ação coordenada pelos Delegados da DRACO, conta com o apoio de cerca de 200 policiais civis, entre eles, a colaboração direta de 20 delegados conduzindo quase 50 equipes. Vale ressaltar que a equipe do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar também atuou na Operação, dando todo suporte dentro do presídio.
O Delegado da Polícia Civil lotado na DRACO, Marcos Vinicius, revela que a Draco iniciou sua investigação contra apenados que praticavam crimes de tráfico de drogas, furtos e roubos e, durante esta investigação, foram identificados atos ilegais por parte de alguns agentes penitenciários do Sistema Carcerário local. "Vários monitoramentos foram realizados, assim como, acompanhamento dos acusados e, de acordo com as investigações, alguns dos agentes públicos lotados no Presídio Ênio Pinheiro, favoreciam alguns presidiários em troca de vantagens pessoas, tais como, dinheiro, abastecimento do veículo particular, entre outras", explica o Delegado.
De acordo com a Delegada da Polícia Civil também lotada na DRACO, Ingrid Brandão, as investigações demonstraram que os presidiários beneficiados tinham estreita relação com os agentes públicos.
"Houve casos apurados durante a investigação de o preso dirigir o veículo particular do agente penitenciário, almoçar em restaurante e o preso pagar a conta, assim como, de ir buscar o filho do agente público na escola, dando a entender o laço de confiança e aproximação do agente público com o preso, em alguns casos", disse a Delegada Ingrid.
Policiais reunidos e atentos à explanação sobre a operação / Foto.: Divulgação PC/RO
Aline Neiva, Delegada da Polícia Civil e integrante da especializada DRACO, explica que as condutas do agentes públicos foram ilegais em várias circunstâncias. "Os presos beneficiados, saíam do Presídio Ênio Pinheiro sem cumprir as normas internas de saída do sistema prisional, tinham total liberdade com os agentes penitenciários e não utilizavam algemas durante o percurso da escolta que era realizada em carros particulares dos agentes públicos", comentou a Delegada.
Em um dos casos investigados, o preso solicitou a compra de refrigerante e bebidas alcoólicas de dentro do presídio e, com a ajuda de um agente penitenciário, os produtos foram colocados para dentro do sistema carcerário, porém foram interceptados pela equipe de plantão da unidade prisional.
Durante a "Operação Meganha", foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão, mais de 30 pedidos de mandados de prisão preventiva e a solicitação de 06 afastamentos dos cargos públicos. Os agentes públicos devem responder pela facilitação de entrada de aparelho celular em presídio, organização criminosa,corrupção passiva, prevaricação imprópria, entre outros.
De acordo com informações da coordenação da Operação Meganha, outros envolvidos também foram identificados durante a investigação policial e devem prestar esclarecimentos da Delegacia Especializada nos próximos dias, além dos que foram conduzidos no dia de hoje.
Uma coletiva de imprensa será realizada nesta quinta-feira (09/03), às 10h30min, na Direção-Geral da Polícia Civil, após as providências legais, para esclarecimentos e detalhes sobre a Operação "Meganha".
Meganha/Histórico
É difundida a tese de que a palavra viria de “me ganha”, do verbo “ganhar” – como numa frase supostamente dita por um delinquente: “me ganha” (no sentido de “me pega,se conseguir”).
Originalmente, o substantivo “meganha” aplicava-se aos chamados “soldados de polícia”, membros das antigas “forças públicas”, brigadas paramilitares provinciais, responsáveis pela segurança pública e a custódia dos presos nas então províncias (posteriormente Estados) do País.
Com a mudança das próprias instituições policiais brasileiras e a extinção das antigas “forças públicas” e dos “soldados de polícia”, o termo meganha teve seu sentido expandido até abranger todo e qualquer policial, inclusive guardas prisionais.
Destacou-se, desde o início das investigações, a participação de agentes penitenciários nas práticas criminosas da organização criminosa, logo o título da operação tem correlação com esses agentes públicos.
Fonte: ASCOM/PCRO
Autor / Fonte: Rondoniadinamica
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