Mídia brasileira teme retaliações

Mídia brasileira teme retaliações

O incidente ocorreu a 28 de outubro, em que um fotógrafo foi empurrado e maltratado pelos defensores do recém-eleito presidente Jair Bolsonaro, que alegadamente parece também  estar a considerar a possível legalização dos jogos de casino no Brasil.

A editora chefe do Jornal afirmou que meses antes das eleições estavam a ter discussões constantes e a reunirem-se com leitores em fóruns públicos e a fazer apresentações a reportes sobre como identificar noticias falsas e cobrir a politica. Durante este período de tempo receberam varias mensagens de leitores a questionar a posição do jornal a nível politico.

A atmosfera acalmou durante o período de transição entre a eleição de Bolsonaro e levou à sua posse em 1 de janeiro. Mas as campanhas veementes correram por todos os lados e os efeitos de Bolsonaro protestando repetidamente sobre noticias falsas deixaram uma marca indelével. Com o aumento das ameaças e da violência contra a imprensa, o CPJ e outras organizações de direitos humanos pediram aos candidatos eleitorais que reduzissem sua retórica.

Em 19 de dezembro, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 155 casos de assédio ou violência física contra jornalistas. E estas repercussões afetaram também os correspondentes estrangeiros, alguns dos quais foram perseguidos pelos partidários de Bolsonaro enquanto cobriam suas celebrações da vitória.

Mas este tipo de problemas entre a imprensa e os candidatos políticos não é nova, pois durante uma discussão acesa em 1990 com o presidente Fernando Collor de Melo, a policia federal interviu no escritório do jornal Folha de São Paulo.

No entanto este conflito entre os políticos e a imprensa pode ser traçado a partir de 2003, quando o Partido dos Trabalhadores assumiu o poder, e atacou uma imprensa que era contra o governo da extrema esquerda,  o primeiro da historia do Brasil.

Os ataques foram maioritariamente realizados através da retorica, mas milhares de populares saíram pela rua para protestar pela falta de transportes, educação e serviços de saúde, e quando o protesto se tornou violento, dezenas de jornalistas sofreram as retaliações.

O mais recente escalar deste conflito ocorreu em 2016 quando a presidente do partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, foi impugnada e o sentimento ante esquerdista criou raízes e os conflitos tornaram-se ainda mais frequentes.

Antes do segundo turno das eleições presidenciais, a Federação Nacional de Jornalistas criticou Bolsonaro e disse que os jornalistas têm uma obrigação moral de se colocar contra um candidato que apoia a violência e odeia negros, mulheres e o grupo LGBT  mas a maioria das organizações media tem indicado as suas equipas de jornalistas que é melhor permanecerem imparciais.

Eles também redobraram os seus esforços para garantir que seus jornalistas permaneçam seguros, com lições sobre como usar as Mídias sociais, uma revisão dos procedimentos e equipamentos de segurança e alertas sobre a cor das roupas a serem usadas nos eventos políticos - evitar o amarelo para o Partido dos Trabalhadores  e o vermelho socialista quando cercado por apoiantes de Bolsonaro.

Autor / Fonte: Assessoria

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