Porto Velho, RO – Rondônia é parte da Amazônia Legal e tem clima diferenciado. Senadores, governador, deputados (federal e estadual), prefeitos, vereadores sabem disso, assim como os demais segmentos da população. São apenas duas estações climáticas por ano: verão, quando temos seis meses de seca, com chuvas esparsas e o inverno, período em que chove praticamente quase todos os dias.
A diferença climática, com apenas duas estações meteorológicas é de conhecimento de toda a população da Amazônia. Isso se aprende na escola, no primário, mas os políticos, ou a maioria não sabe disso.
É revoltante constatar o desleixo nos municípios de Rondônia com a saúde, educação, saneamento básico, segurança pública, transporte coletivo urbano, estradas vicinais transitáveis o ano todo. Poucos municípios têm infraestrutura nos segmentos citados.
Todo início de verão (seca) e fim do inverno (chuvas) governador e prefeitos enfrentam o mesmo problema: devido às chuvas ruas e avenidas ficam intransitáveis devido a alagamentos, buracos, entulhos, etc. Poucos municípios e algumas cidades, após o inverno oferecem condições seguras de saneamento básico com ruas e avenidas transitáveis o mesmo ocorrendo com as estradas vicinais. Talvez os dedos de uma das mãos sejam suficientes.
Por que as prefeituras não se planejam e montam equipes para poder enfrentar o rigor do inverno, que faz parte do calendário meteorológico da região? Os prefeitos não foram eleitos, apenas para quase todas as semanas se deslocarem a Porto Velho, com a desculpa de “buscar recursos para os municípios”. Qual a finalidade –e legalidade– de prefeitos e vereadores se deslocarem a Brasília, com diárias no bolso para “buscar recursos” se até deputado federal leva chá de cadeira dos ministros?
Como estamos chegando ao final do período de chuvas a maioria das cidades está com ruas e avenidas esburacadas e sem condições de tráfego seguro. Qual o planejamento de Porto Velho, por exemplo, que está carente de quase tudo para o verão que está chegando? São mais de seis mil quilômetros de estradas vicinais e muitos quilômetros de ruas para recuperação e um parque de máquinas sucateado, com apenas 10% em condições de uso.
A capital não tem saneamento básico, o transporte coletivo urbano é precário, as ruas e avenidas estão esburacadas, o transporte escolar no interior e a educação estão em crise, a mobilidade urbana é quase zero e a insegurança é total, seja no centro ou nos bairros e a saúde pública muito distante do mínimo necessário. É triste, mas é a realidade.
Guajará-Mirim tem áreas intransitáveis, o mesmo ocorrendo com Cacoal, Colorado do Oeste, Ariquemes, Rolim de Moura. Já Vilhena, São Francisco do Guaporé e Espigão do Oeste são exceções, não por acaso, mas porque há planejamento, ação, manutenção permanente com equipes de plantão no período de chuva e muito trabalho.
Os vereadores dos municípios com ruas e avenidas dominados por buracos nada fazem, a não ser passearem pela capital e em Brasília. Várias prefeituras estão com problemas para pagar os servidores, mas não para bancar os “nobres pares” a se beneficiarem das facilidades e mordomias que o poder público oferece, graças à impunidade.
Este ano teremos eleições e certamente durante a campanha eleitoral todos os problemas da população serão resolvidos, nos discursos, nas propostas, nos planos de governo dos candidatos. O eleitor deve ser mais seletivo, votar com o cérebro e não com o estômago e não trocar votos por favores individuais, mas sim escolher quem tenha condições de atender o coletivo. Reconhecemos que é uma escolha nada fácil, pois ninguém tem estrela na testa, mas importante para a população.
Temos consciência que até mesmo para o cidadão –ou cidadã– comprometido com a legalidade e a transparência será difícil escolher pessoas, que realmente façam política e não politicagem. Mas acima de tudo é fundamental não vender a consciência, porque no futuro não terá condições de cobrar.
Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
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