Foram necessários mais de 4 meses de mandato para que o governador Marcos Rocha (PSL), se conscientizasse que administração pública depende em grande parte dos acordos e das negociações políticas. Política significa negociar, mas em favor da maioria da população e às vezes não dá certo, ou quase sempre. É que se priorizam grupos e não a comunidade.
A aproximação, necessária no processo democrático, que ocorreu esta semana em Rondônia, entre o Executivo estadual e a Assembleia Legislativa (Ale) é salutar para o futuro do Estado. A subserviência não leva a nada, mas a parceria sim.
Como o deputado depende das emendas, hoje impositivas, para poder atender melhor o povo, a consciência do Poder Executivo em liberá-las para as regiões indicadas pelos parlamentares é fundamental, é o jogo político. Mas nem sempre é assim que ocorre.
Sem um interlocutor preparado e consciente da sua função política, o governador Marcos Rocha e sua equipe padeciam da solução de continuidade nas suas ações. O distanciamento dispensável dos parlamentares, a falta de aproximação, de um diálogo franco e aberto com a maioria dos deputados, também não pode ser todos, pois nenhuma administração pública sem oposição dá certo, poderia evitar o processo de impeachment, que ocorre por falta de diálogo, principalmente.
A nomeação esta semana do chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves e do vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Alex Redano (PRB-Ariquemes) demonstra que Rocha, a partir de agora pretende governar de fato, o que não ocorreu nos primeiros 4 meses.
A pressão sobre Júnior Gonçalves, que não teria conseguido sucesso no grupo empresarial do pai, não quer dizer que ele não conseguirá desempenhar a função de articular as ações do governo, nas áreas política e administrativa. Não há governo que consiga realizar um bom trabalho sem o apoio do Poder Legislativo, por isso a necessidade de negociar, trocar apoio pelos benefícios em favor da população. Júnior está tendo a grande chance.
A função do governador é montar uma eficiente equipe de trabalho e cobrar ações concretas em favor da comunidade. A parte financeira de uma administração pública também é atribuição do governador, mas a função político-administrativa é do chefe da Casa Civil, hoje exercida por Júnior Gonçalves, que está com a obrigação de abrir caminho para ações do governo do Estado com apoio dos deputados em forma de parceria e não de subserviência.
Nomear como vice-líder do governo o deputado Alex Redano também foi mais um ato importante do governador Marcos Rocha. Com a sua experiência de vereador e presidente da câmara de Ariquemes e reeleito para um segundo mandato, Redano será, a partir da próxima semana o ponto de apoio para as tramitações tranquilas dos projetos do governo junto ao Poder Legislativo.
Redano é um aliado competente e muito bem escolhido. Jovem, mas experiente ele deverá, desde que tenha suporte técnico e político do governo para isso, ser o elo tão necessário entre os dois Poderes integrados por membros eleitos pelo povo, para exercerem funções diversas, mas com a mesma finalidade, que é priorizar a comunidade.
Outro ponto que merece destaque na nomeação de Redano, para vice-líder, sem nenhum desmerecimento ao líder do governo na Ale, sargento Eyder Brasil (PSL-PVH), que está no primeiro mandato é que ele já está eleito presidente da Ale para o biênio 2021/22.
O que importa é que Rondônia continua sendo a prioridade. A parceria salutar dos deputados estaduais com o governo renderá dividendos para o Estado, que caminha célere para um futuro, ainda, mais promissor. Rondônia é uma das poucas, se não a única fronteira econômica do País. A produção de grãos (soja, milho e café) amplia a dimensão a cada safra e a região de Ariquemes, no máximo em uma década será o polo graneleiro do Estado.
Governo e Ale devem projetar o futuro e buscar meios e formas de industrializar, pelo menos por enquanto, parte da produção, seja pecuária ou agrícola, para que possamos arrecadar mais e poder investir na saúde, educação, recuperação de estradas, segurança, cultura, esporte e oferecer mais oportunidades de emprego. A perspectiva é de dias melhores e do exercício pleno da política.
Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
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