Foto- Diário da Amazônia
A notícia negativa da semana foi a entrevista do deputado federal Lúcio Mosquini (MDB-RO), que dentre outras bobagens, disse que a duplicação da BR 364, por onde passa toda a produção agrícola, pecuária, madeireira, dentre outras riquezas de Rondônia e região “é utopia”. Mereceu até o “Troféu Abacaxi”, instituído esta semana pela coluna RD Política publicada diariamente neste jornal eletrônico.
É importante destacar que não a há nenhuma discriminação pelo abacaxi, fruta cítrica, nutritiva e produzida em larga escala em Rondônia. O abacaxi da terrinha tem sabor adocicado ímpar, mas dá trabalho para tirar a casca, por isso a frase popular: “tem um abacaxi para descascar”.
Pela BR 364 é transportada praticamente toda a riqueza de Rondônia. A opção do porto fluvial de Porto Velho, onde é embarcada praticamente toda a safra de grãos de Rondônia (soja, milho, café) e do Sul do Mato Grosso (soja e milho) depende da 364, que foi construída na década de 80 a não tem suporte técnico para atender a demanda de 2,5 mil carretas, bitrens e treminhões/dia durante os períodos de safras.
Os Estados do Acre e do Amazonas dependem exclusivamente da BR 364. Manaus tem mais de 2 milhões de habitantes e não reúne condições técnicas para produzir alimentos suficientes para atender a demanda. A maior parte é transportada pela 364 até o porto da capital, porque a BR 319, que liga Porto Velho a Manaus, ainda, tem problemas de tráfego, mas o governo federal prometeu restaurá-la a partir deste ano. No Acre a situação não é diferente. O Estado é dependente da 364.
Uma parceria com as bancadas federais do Amazonas e do Acre seria uma das atribuições do “líder” da bancada de Rondônia no Congresso Nacional, hoje Lúcio Mosquini. Se na Câmara Federal a pressão não seria tão significativa, porque há 513 deputados e os três Estados 24, no Senado com nove representantes dos 81 possíveis. A representatividade é considerável, mais de 10%.
A função de um líder de bancada, no caso Mosquini é buscar meios e formas para resolver os problemas que dependem de ações do Congresso Nacional. A recuperação, restauração e duplicação da BR 364 é uma obrigação de toda a bancada federal, que foi eleita para apresentar e cobrar ações do governo federal, para o pleno desenvolvimento econômico, social e político dos Estados de Rondônia, Amazonas e Acre.
Durante anos Mosquini foi diretor geral do DER-RO e não conseguiu manter e ampliar a malha viária pavimentada estadual, hoje completamente deteriorada. Mesmo assim foi eleito deputado federal, mas demonstra falta de compromisso com o eleitor, que confiou a ele o seu voto, quando diz que duplicar a 364 é utopia, como se cobrar a recuperação, restauração, duplicação da BR não seja atribuição do parlamentar.
A declaração descabida, fora de propósito é típica de político sem compromisso com o desenvolvimento econômico, social e político do seu Estado, da região e do País.
O parlamentar deveria solicitar do ex-deputado federal Miguel de Souza, um dos parlamentares mais atuantes de Rondônia no Congresso Nacional, que conseguiu duplicar o trecho Porto Velho a Candeias do Jamari, com dedicação, planejamento e muito trabalho, aulas de como viabilizar recursos federais para colocar a BR 364 entre as prioridades das obras federais. Mesmo que a duplicação seja uma utopia para deputado Mosquini, como era o trecho de Porto Velho a Candeias em passado recente.
Sonhar não quer dizer o impossível. Vamos materializar o sonho e clarear a mente de forma positiva. Caso contrário o sonho de Mosquini para continuar na política será um devaneio. E o sonho do povo de Rondônia ter um líder da bancada federal no Congresso Nacional, atuante, eficaz, se transformará em utopia...
Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
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