Porto Velho, RO – A Prefeitura de Porto Velho tem sido um cemitério de políticos, que marcaram época em Rondônia. Mas também de gente nova no segmento, como o prefeito Hildon Chaves (PSDB), que iniciou o segundo mês do segundo ano de mandato.
Da década de 90 para cá, na prefeitura da capital já passaram José Guedes, líder e um dos fundadores do PSDB em nível nacional, que tinha entre os membros o saudoso governador do Paraná, José Richa e outros nomes de expressão nacional. Era “o cara” na política estadual e até nacional.
Hoje Guedes passa por momento político difícil e não conta com apoio da cúpula do seu partido, que lançou seu nome como pré-candidato a governador e esqueceu-o. O partido deverá disputar o cargo majoritário em outubro próximo, mas com certeza na será com Guedes, que está sendo “empurrado com a barriga”.
Chiquilito Erse, que foi uma liderança estadual nos deixou quando estava no segundo mandato. Foi chamado para o andar de cima, fora do combinado.
Em seu lugar assumiu o empresário Carlinhos Camurça. Hoje certamente ele terá dificuldades para se eleger vereador. Desapareceu do cenário político de Porto Velho.
Roberto Sobrinho, do PT, que foi eleito de forma surpreendente, pois iniciou a campanha com 3% dos votos governou a capital por dois mandatos seguidos. O primeiro foi muito bom, mas o segundo não. Deixou a prefeitura pela porta dos fundos, pois enfrentou denúncias de corrupção e o seu vice Emerson Castro assumiu no último mês de mandato, porque o titular foi afastado pela Justiça.
Sobrinho foi prejudicado nas eleições de 2016, quando se candidatou a prefeito da capital e, apesar de largar na frente, segundo as pesquisas, ficou fora do processo, porque tinha problemas com a Justiça. Foi inocentado e hoje é pré-candidato a deputado estadual nas eleições de outubro próximo.
Mauro Nazif (PSB), prefeito que antecedeu o atual, Hildon Chaves não conseguiu realizar uma administração que atendesse as necessidades do povo. Isso ficou evidente, quando não conseguiu chegar ao segundo turno nas eleições de 2016, quando candidato-se a um segundo mandato. Sua administração não deixou saudades.
Eleito em 2016 com expressiva votação para quem nunca tinha disputado um cargo eletivo (65,15% dos votos válidos), Hildon surgiu como a esperança de uma população sofrida e desamparada em vários aspectos como saneamento básico, trânsito péssimo, segurança pública falha, iluminação pública falha, coleta de lixo questionável, estradas vicinais mal conservadas, além de ruas e avenidas esburacadas. O transporte coletivo está entre os piores do Brasil, o mesmo ocorrendo na saúde.
Passados mais de um ano da administração Hildon e pouco mudou. O transporte coletivo piorou, pois quase todos os –poucos– ônibus estão sucateados, as paradas inadequadas para uma cidade onde chove seis meses e os outros seis meses o sol castiga a população. A saúde é uma aberração, pois não atende as mínimas necessidades da população o mesmo ocorrendo com segurança e iluminação pública. O saneamento básico continua como estava, ou seja, não existe.
A educação está satisfatória. O esporte e o lazer caminham bem e não é porque quem responde pelo cargo é da área de comunicação. Houve muitos progressos numa área quase sempre relegada pelos administradores públicos.
A maioria dos cargos de confiança foi uma decepção. Entre secretários, presidentes de autarquias e diretores já foram demitidos pelo prefeito Hildon 13. Um a cada mês de administração. Isso porque Hildon disse que conhecia corrupto e incompetente só no olhar, com cinco minutos de conversa. Na prática não é bem assim.
Estamos no segundo mês de um novo ano, um ano eleitoral, pois teremos eleições em outubro a presidente da República, senadores (duas das três vagas), governadores e deputados (federal e estadual). Hildon precisa mostrar a que veio, justificar a confiança de mais de 65% do eleitorado que, mesmo sem o conhecer deu a ele uma procuração em branco para administrar o município.
A torcida é que Hildon faça valer o seu conhecimento empreendedor na política. Administração pública é complicada, exige ações que nem sempre é a ideal, mas que funciona.
Lamenta-se que a Câmara Municipal não cumpra sua função de fiscalizar, de legislar em favor do povo. Ninguém governa sem oposição; nada é 100% e unanimidade não quer dizer qualidade, mas sim subserviência.
O administrador público tem que ser cobrado, orientado e punido até, quando necessário. Vereador não pode ser claque do prefeito, um subserviente, pois não foi eleito para isso. Pode ser um aliado, sim, jamais um “cordeiro” da administração, que precisa ser cobrada, orientada.
Neste segundo ano de Hildon Chaves a torcida é grande, para que ele encontre o caminho da administração pública. Não basta demitir pessoas de confiança que não foram confiáveis. É preciso uma equipe eficiente que atenda os mínimos interesses do povo na educação, na saúde, no transporte público, no saneamento básico, na segurança, que são algumas das prioridades na área pública.
Boa sorte prefeito. O povo não quer mais um na cova do cemitério de políticos...
Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
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