OPINIÃO
Porto Velho, RO – A rodovia mais importante de Rondônia, que cruza o Estado da divisa com o Mato Grosso, em Vilhena à Ponta do Abunã (Porto Velho) com cerca de 1.200 km é um matadouro humano. O trecho de 700 km entre Porto Velho à divisa do Mato Grosso, quase sempre mal conservado, esburacado; de sinalização precária, fiscalização deficiente e motoristas irresponsáveis favorece a inúmeros acidentes sendo boa parte com vítimas fatais.
Todos os anos a bancada federal (senadores e deputados) garante que a rodovia será recuperada durante o verão amazônico (seca). Chega o inverno (chuvas) e a 364 continua sem o devido reparo e o pouco que fazem se deteriora com rapidez, pois não tem consistência, não suporta o grande volume de carretas, principalmente, sendo boa parte do Sul do Mato Grosso transportando toneladas de soja e milho.
A BR 364 foi construída na década de 80. O movimento de veículos, pequeno na época, não havia o trânsito de hoje, com circulação de mais de mil carretas/dia em períodos de safra. A 364 não depende, apenas de recuperação como ocorre quase todos os anos, mas sim de restauração e duplicação.
Em agosto último governo federal anunciou a privatização do trecho da BR 364 em Rondônia. Vai resolver o problema? Em parte, provavelmente sim, pois a rodovia deverá ser restaurada e terá conservação permanente, o que não ocorre hoje.
Já que o governo quer privatizar, ou seja, colocar um intermediário para cuidar do dinheiro do povo, que banca todo o sistema público, através de medidas compulsórias, como impostos e tributos diretos e indiretos, por que não duplicar já? Para o assalariado os descontos são compulsórios, no contracheque, não pode nem discutir.
Rondônia se destaca como um dos estados com ótimo equilíbrio econômico-financeiro; é o terceiro maior em população do Norte e seguramente uma das poucas, se não a única fronteira econômica do país.
Em cinco anos Rondônia estará entre os maiores produtores de grãos do Brasil. A região de Ariquemes a cada dia se consolida como polo graneleiro do Estado e merece atenção maior do governo.
O Brasil, ainda, é um país dependente do transporte rodoviário, por isso o porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira, que importa os grãos produzidos no Sul do Mato Grosso e no Estado é o canal de exportação. Para uma economia correta e produtiva é fundamental que a BR 364 seja um canal de integração, econômico-social e não um cemitério humano, como hoje, devido à precariedade da rodovia.
Governo do Estado, bancada federal, autoridades constituídas devem se unir e pressionar o governo federal para que a BR 364 seja restaurada, adequada, duplicada, sinalizada e fiscalizada. Pode até ser privatizada, mas que atenda as mínimas condições de segurança aos usuários.
A BR 364 precisa de restauração urgente e também de duplicação-já!
Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
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