Texto.: Vinicius Canova
Fotos.: Gregory Rodriguez
Porto Velho, RO – A vida política em mandatos eletivos ainda é curta, mas sua biografia pública já reúne incontáveis contratempos. Eleito vereador por Porto Velho em 2012, Jair Montes (PTC) é um dos sete remanescentes da legislatura passada na nova composição da Câmara de Vereadores. Em 2013, foi preso durante as incursões da ‘Operação Apocalipse’ ficando encarcerado durante oitenta e cinco dias na Penitenciária de Médio Porte da Capital, o Pandinha, onde diz ter dividido uma única cela com mais de trinta pessoas.
Assevera ter sido considerado mais poderoso do que o narcotraficante Fernandinho Beira-Mar, tamanha influência e poderio descritos na enxurrada de denúncias desencadeada contra ele.
Além disso, no mesmo ano, foi julgado politicamente pelos próprios colegas de Legislativo Mirim, quando restou absolvido da imputação de quebra de decoro parlamentar, preservando o mandato até o final.
Nesta segunda edição da seção RD Entrevista, o edil relata ao jornal eletrônico Rondônia Dinâmica sua versão sobre as intempéries enfrentadas até agora; como foram seus dias na cadeia; aponta os responsáveis pelo que tachou como perseguição política e revela minúcias acerca da acusação de ter participação na morte da ex-esposa. Também faz graves denúncias envolvendo policiais que trabalharam na ‘Apocalipse’ e ironiza o ‘sangue nos olhos’ do deputado Jesuíno Boabaid (PMN).
"Fui considerado mais perigoso do que Fernandinho Beira-Mar", conta Jair Montes
Foto.: Gregory Rodriguez (Rondônia Dinâmica)
Perfil e trajetória
Jair Figueiredo Monte nasceu no dia 1º de maio de 1970 em Humaitá, Amazonas, a duzentos quilômetros de Porto Velho. É filho de Celina, parteira que trabalhou em mais de cinco mil nascimentos, segundo o rebento, e José Jaime, funcionário público municipal e primeiro administrador do Mercado Meu Pedacinho de Chão. Chegou à Capital cedo, trazido pela família com apenas dois meses de idade. Na fase adulta, tornou-se empresário, mas desde sempre nutrindo a ideia de, um dia, ser político. Alimentou suas intenções eleitorais por ter presenciado o pai, já falecido assim como a mãe, ser enganado por políticos. Repetia a si mesmo: “Um dia farei diferente. Vou ser político e não enganarei ninguém”. Em 2006, deu o primeiro passo na vida pública, lançando candidatura a deputado federal pelo PSDC, hoje comandado pelo vice-prefeito Edgar do Boi. Na época, obteve quase quatro mil votos sem fazer campanha, apenas imprimindo e distribuindo alguns ‘santinhos’. Dois anos depois, pensou: “Tenho potencial”, postulando, pela primeira vez, o cargo de vereador em Porto Velho. Fez dois mil quatrocentos e seis votos e, mais uma vez, ficou de fora. Desta feita por conta do cociente eleitoral. Em 2010, de novo, colocou seu nome à disposição na disputa por uma cadeira na Câmara Federal, auferindo mais de dez mil votos. Questões judiciais ligadas ao ex-senador Expedito Júnior (PSDB), de acordo com Montes, foram imprescindíveis para que enfrentasse mais esse revés. Esperou mais dois anos até que, finalmente, conseguisse se acomodar num dos assentos da Câmara de Vereadores, disputando e vencendo as eleições de 2012, reeleito há pouco, em 2016, para mais quatro anos de atividade parlamentar. Jair é um dos sete que regressaram ao Parlamento Mirim. Preside o PTC atualmente no Estado de Rondônia.
Ações como vereador
Rondônia Dinâmica – Vereador, o senhor poderia apontar suas principais ações durante o primeiro mandato e quais as intenções para este novo nos próximos quatro anos?
Jair Montes – Graças a Deus ainda tenho mandato, apesar de tudo que passei. Contribui muito com meu município. Durante dois anos e meio, fui líder do ex-prefeito Dr. Mauro Nazif (PSB) na Câmara. Durante esse período fiz poucas leis, mas muita fiscalização, cobranças e indicações em bairros de Porto Velho, principalmente os periféricos. Tenho orgulho de dizer: “Aquele bairro está drenado e asfaltado graças ao trabalho do vereador Jair Montes”. Das poucas leis que fiz, destaco a que estabelece que o Município de Porto Velho deve doar às mães e idosos o repelente contra o aedes aegypti, causador de várias doenças como a dengue, zika vírus, a febre amarela e a chikungunya. Também há uma lei, de minha autoria, versando que os ônibus têm de apresentar, nas partes internas e externas, informações sobre o ano de fabricação dos veículos e quanto tempo possuem de condições de tráfego. Falo do transporte escolar e coletivo. E há tantas outras leis que vamos criar a partir de agora. Por exemplo, trabalharemos o problema dos terrenos baldios; a destinação final do lixo e também das ocupações. Contratei três advogados para me auxiliar neste mandato de agora para atuar forte na questão das ocupações. As pessoas estão morando em um local muitas vezes sem saber que ali existe um proprietário, um dono que, embora não tenha aparecido durante décadas, pode reaparecer requerendo o terreno de volta. Quero ajudar essas pessoas a legalizar suas situações, garantindo as moradias. Há muitas leis arcaicas em Porto Velho, fazendo o município perder dinheiro. Os grandes condomínios, por exemplo, não pagam IPTU [Imposto Predial e Territorial]. Porto Velho deixa de arrecadar milhões por conta disso, então, posso afirmar, também é uma situação que iremos bater de frente.
RD – Como o senhor mesmo disse, durante dois anos e meio foi líder da gestão Dr. Mauro Nazif na Câmara de Vereadores. Mas antes disso era oposição ferrenha. Por que a abrupta mudança?
JM – Quando a gente entra como parlamentar vem com muitas ideias, como qualquer cidadão. Quando chega ao parlamento, daquilo que você vem para fazer, não consegue. Porque não é possível fazer nada sozinho. Existem vinte e um vereadores, então todo mundo tem opinião. Para aprovar projetos de lei, levar estrutura a um bairro, reivindicação e outros temas, é preciso ter o Executivo fazendo. Papel de vereador é criar leis e fiscalizar. Esse papel da intermediação do povo com o Executivo é nossa função também. Mas vereador não tem poder de fazer. Quando entrei aqui, fui opositor ferrenho do Mauro. Cheguei a falar – e ele até ficou muito triste comigo: “Vou levar esse prefeito pra praça pública, tirar a roupa dele e dar uma ‘peia’, colocar no sol quente, botar sal nas costas e o boi para lamber”. Depois de dois anos, ou um ano e meio por aí, percebi que essa linha de atuação não estava boa. Não tinha avançado muito. O Mauro tem o coração gigante. Passamos das críticas à ajuda. Comecei a entender que ajudando o prefeito estaria ajudando a população e nós fizemos muito por isso. Muitos bairros foram melhorados: da drenagem ao asfalto. Tenho orgulho disso! Foram sete vereadores que retornaram do total de vinte e um. Só voltei porque trabalhei. Porque, de tudo que passei, Deus estava e ainda está na frente.
RD – E a relação com Dr. Hildon Chaves (PSDB), como é?
JM – Estou ajudando. Não é porque fui líder do ex-prefeito, ajudando o Mauro no primeiro turno, que não poderia auxiliar outro gestor. No segundo turno das eleições, quando o Mauro perdeu, me afastei, fiquei quieto. Eu já tinha mandato e decidi não aparecer. A minha equipe foi toda liberada. Depois que o prefeito Hildon ganhou, ele me ligou, me parabenizou pela eleição e eu fiz o mesmo. Sentamos e conversamos. A conversa foi uma só: “Prefeito, o povo pediu mudança. O senhor está aqui porque o povo pediu mudança. Quem sou eu pra dizer que o povo está errado? Então, o senhor conte comigo. Agora, aquilo que eu entender que não está no caminho certo, o senhor me perdoe, mas serei contra”. Tem sido assim, nos países civilizados, os políticos deixam os gestores trabalhando livremente por pelo menos os primeiros cem dias. Não adianta criticar, ‘jogar pedra’. Depois desse tempo faremos um balanço. Ele tem mostrado boa intenção, então tem nosso apoio.
A polêmica da extinção dos quinquênios
RD – Mesmo na questão da extinção dos quinquênios?
JM – Eu falei para ele esperar os noventa dias para realizar um estudo mais apurado do impacto. Porque a prefeitura apresenta um número; o sindicato que representa a categoria, outro. Por isso solicitei a ele esse tempo para que possamos chegar a um denominador comum com prudência, já que se trata de matéria complexa. No dia que a Câmara aprovou a extinção dos quinquênios eu não estava em Porto Velho. Tirei curtíssimo recesso com minha família. Mas nunca votei e nem votaria contra o trabalhador. Agora, a situação está sendo estudada em comum acordo. Mas tenha certeza de uma coisa: temos que buscar o equilíbrio das finanças de Porto Velho. Não podemos prejudicar nem o município e muito menos o trabalhador.
RD – O senhor acha que houve ‘rasteira’ na inclusão da extinção do quinquênio?
JM – Creio que não, porque o Executivo encaminhou para esta Casa todos os seus técnicos. Veio o Breno Mendes, que é advogado e chefe de gabinete, além de outros da equipe técnica para dar suporte aos vereadores. Se os vereadores tivessem dúvidas, elas seriam esclarecidas sem problema algum. Acredito que tenha havido um grande mal entendido. A Câmara foi renovada, então há muitos vereadores inexperientes ainda. Eu, como sou mais experiente, entendo que aquilo que vou votar, quando vejo que está revogando isso ou aquilo, devo parar e analisar: “Opa, preciso dar uma averiguada nesta lei. Por que está revogando esse dispositivo?”. Então faltou autoquestionamento. Se eu não sei, minha obrigação é perguntar. Temos de ter humildade para isso. O prefeito, naquele momento, falou que tiraria o quinquênio só dos novos servidores, mantendo aos que já recebiam. Então, temos esses três meses para avaliar a questão e estou de olho nisso. Ao vencer o período, acredito que tenhamos chegado a um entendimento.
Nomeação do irmão na gestão Dr. Hildon
RD – Seu irmão, Francisco de Figueiredo Monte, foi nomeado na gestão Dr. Hildon Chaves para ocupar cargo comissionado. O senhor disse, quando fora informado a respeito, que iria solicitar a exoneração dele à época. O que aconteceu?
Entenda em
JM – A situação ocorreu, sim. Recebi informação de vocês da imprensa, mas, até aquele momento, não sabia da nomeação do meu irmão. Fui ao gabinete do prefeito e soube que meu irmão ajudou o gestor na campanha. Não foi pedido meu. Ele entrou por mérito dele. Por conta disso, não saiu. Ele não está exonerado. Continua desenvolvendo trabalhos técnicos na [Secretaria Municipal de Administração] SEMAD porque entenderam que ele colaborou e tem condições de estar lá.
Possível compra de votos para eleger a Mesa Diretora
RD – Ano passado o senhor usou a tribuna para falar sobre uma possível compra de votos para eleger a nova Mesa Diretora da Câmara em 2017. Até apontou valores, que seriam de R$ 500 mil por voto. Disse, então, que denunciaria ao Ministério Público (MP/RO) e faria questão que quebrassem seus sigilos telefônico e bancário. O que ocorreu a partir disso?
JM – Naquele momento quando fui à tribuna falei sobre uma denúncia que não era minha. Alguns sites de notícia de Porto Velho lançaram dúvidas no ar dando conta que o presidente poderia ser o que está hoje, o Maurício [Carvalho, do PSDB], e que alguns vereadores eleitos teriam sido cooptados com malas de R$ 500 mil para que isso ocorresse. Eu me posicionei na tribuna falando que, se isso estivesse acontecendo, me colocaria à disposição do MP/RO para que providenciassem a quebra dos meus sigilos bancário e telefônico. Disse: “Se alguém recebeu dinheiro aqui tem de ser cassado. Denunciado e cassado, porque isso não existe!”. Em momento algum, momento algum mesmo, o senhor Maurício, que hoje é presidente, me ofereceu qualquer tipo de vantagem. Votei nele por consciência porque achava que naquele momento era a pessoa que estava preparada para assumir a Presidência. Mas eu levei sim o caso ao MP/RO. Fiz um ofício e encaminhei para lá. Com certeza a investigação foi feita. Não tenho notícia do desenrolar da denúncia, mas, naquele momento, foi importante falar porque houve muito burburinho. Praticamente sempre que chegamos às vésperas de eleições de Mesas Diretoras tanto em Assembleias Legislativas quanto em Câmaras Municipais, Câmara Federal, Senado, é desse jeito: fofoca para lá e para cá. Agora, no caso que levantei ano passado, se houver algo no meu nome podem pedir a cassação do meu mandato, que eu mesmo entrego. Eu renuncio porque abomino esse tipo de situação.
O presidente Maurício Carvalho
RD – Falando em Maurício, o novo presidente é considerado neófito em cargos eletivos, embora pertença à família ligada há muito tempo à política de Rondônia. Por que ele na Presidência, vereador?
JM – Política se faz como se fosse até um namoro, né? Não é casamento, é namoro. Você passa a conhecer a pessoa para poder namorar. Na política não é diferente, por sinal. São vinte e um vereadores, dos quais sete da legislatura passada. Dos que retornaram, nem todos são amigos, mas são pares. Você conviveu com os remanescentes durante quatro anos de mandato. E surgiram novos vereadores, quatorze, inclusive teve um deles, o mais votado da Capital, Aleks Palitot (PTB), cujas pessoas falavam que o comando tinha de ser dele. “O presidente tem que ser o Palitot”, diziam. Eu discordei dessa tese, com respeito, é claro, e optei pelo novo. São muitas questões de afinidade aqui. Honestamente, não vejo o Maurício como esse político tão novato quanto as pessoas falam. Ele não é tão jovem assim, tem quase trinta anos de idade. Enxergo o presidente como alguém que tem toda uma responsabilidade porque, além da política, tem a questão da faculdade administrada pelo seu pai com apoio dele. Ele tem se mostrado à altura da Casa como líder. Fez reformas, teve coragem. A Câmara de Porto Velho não é mais motivo de chacota, tem prestado trabalho relevante. Ele vai melhorando, porque isso é do ser humano. Quanto mais se faz, melhor fica. Parabenizo o Maurício por trilhar o caminho da transparência.
A ‘Operação Apocalipse’
RD – Vereador, como tudo ocorreu em relação à prisão do senhor durante a ‘Operação Apocalipse’?
JM – Olha... Eu falo muito pouco sobre essa questão porque tento não viver esse passado ‘negro’ que ficou. Então, assim, quando aceitei a entrevista com o Rondônia Dinâmica, quero deixar claro que, antes disso, jamais havia me esquivado de perguntas e entrevistas. Apenas dei um tempo entre o final de tudo e o agora acerca do tema, pois, honestamente, é muito cansativo. Mas fico à vontade para falar dessa questão, sabe por quê? Porque eu vim de uma família muito humilde. Cheguei onde cheguei graças a Deus, à minha família e ao estudo. Uma pessoa muito humilde para chegar num mandato é complicado. Nunca mais esqueço essa data na minha vida: dia 04 de julho de 2013, uma quinta-feira pela manhã. Seis horas da manhã recebo em minha casa a visita da Polícia Civil. Naquele momento, me deparei com um delegado muito educado, que veio do interior e não sabia nem por que estava ali. Me informou que recebeu a missão e pronto, estava ali diante de mim. E ele e sua equipe procuravam armas, drogas, joias, dinheiro e cartões de crédito. Eu perguntava: “Do que se trata?” E o delegado: “É busca e apreensão”, apenas. Liguei para o meu advogado, que chegou à minha residência e, logo depois que fizeram toda a revista dentro da casa, o delegado informou que havia também o pedido de prisão.
RD – O que houve em seguida?
JM – Naquele momento eu questionei: “Mas prisão por quê?” E ele não soube responder... Falou: “Tem algo a ver com drogas, armas e cartões de crédito”. Porém não soube precisar do que tudo aquilo se tratava! Tudo bem... Aí cheguei à delegacia, e outro delegado, que hoje tenho muito respeito, diretor-geral da Polícia Civil atualmente, Eliseu [Muller de Siqueira], se direcionou a mim e disse: “Vereador, é apenas uma nuvem. Vai passar...”. Naquele instante foi chegando cada vez mais gente. Foi a maior operação do Estado de Rondônia até hoje. Foram gastos mais de R$ 5 milhões naquilo tudo. Uma pessoa chamada Marcelo Bessa, ex-secretário de Segurança já na gestão do Confúcio [Moura, governador pelo PMDB], delegado da Polícia Federal, chateado com o deputado Hermínio Coelho (PDT) por conta da lei que alterava os critérios para nomeação de cargo de conselheiro no Tribunal de Contas (TCE/RO), resolveu retaliar geral. O Bessa tinha três ou quatro anos na ativa em Rondônia, quando passou a vigorar a lei que exigia o mínimo de dez anos de serviço no Estado para ser conselheiro. Automaticamente, ele foi excluído do plano. Até aquele momento, o conselheiro era ele! O governador já iria indicar, o nome passaria pelo crivo da Assembleia Legislativa (ALE/RO) e pronto. Foi quando ele relatou que iria entregar a ‘cabeça’ do Hermínio numa ‘bandeja’. Me colocaram no ‘meio do bolo’ porque eu tinha uma loja de venda de ração, era representante de vendas, cujo prédio aluguei do senhor Márcio César Silva Gomes, também envolvido na ‘Apocalipse’ e ligado ao deputado Hermínio. O Márcio sempre ajudou o Hermínio. E aí fizeram aquela ligação toda: Márcio, Hermínio e Jair Montes. Em seguida, apareceu Fernando Braga Serrão [o Fernando da Gata] e Alberto Ferreira Siqueira [Beto Baba]. Logo a acusação fez uma ‘salada de frutas’. E pior de tudo, o que mais me indignou, foi a questão que, não tendo nada contra mim e depois de fuçar toda a minha vida, inventaram uma entrevista falsa contendo depoimentos de uma suposta ex-mulher minha revelando que eu estava tentando matá-la envenenada, diariamente. Isso é de indignar, de indignar!
Acusado de matar a própria esposa
RD – Como o senhor acabou acusado de matar a própria esposa no ano da operação?
JM – Até hoje eu nunca fui indiciado ou intimado pela polícia para prestar esclarecimento da morte da minha ex-mulher. Sabe por quê? Porque quando eu saí da cadeia mostrei o laudo provando que ela faleceu por conta de consequências do câncer. Pouca gente sabe disso. A minha esposa foi atingida pelo câncer e morreu por conta disso. Há laudo do hospital em que ela foi atendida, do IML [Instituto Médico Legal] e também laboratorial. Tenho uma filha de vinte e um anos de idade e um filho de treze. Já pensou se eu tivesse matado a mãe dos meus filhos? Hoje eles moram comigo. Eles não olhariam no meu rosto se isso tivesse acontecido. Então assim, o que fizeram comigo foi muita crueldade. Fui considerado naquele tempo um homem muito mais forte do que o Fernandinho Beira-Mar. Porque a Polícia Civil falava que eu guardava cem quilos de cocaína por semana no forro da casa. Cem quilos de cocaína! Que eu levava carro para Guajará-Mirim para trocar por droga; que eu mandava droga para Manaus e Mato Grosso de avião.
RD – E o senhor armazenava essa droga?
JM – Nunca pegaram uma única grama de droga no processo todo! No final, o MP/RO não se envolveu nessa questão, foi uma prisão política, política, política! O MP/RO não entrou nisso porque foi algo exclusivamente da polícia, ou seja, do Estado. Claro, junto com o juiz que hoje está afastado do caso. No final, quando chegou ao MP/RO toda a acusação, o órgão se posicionou assim: “Olha, aqui não tem droga, então vamos denunciar como associação criminosa”. Porque se não tivesse sido assim, a operação teria acabado de vez ali. Mas hoje, graças a Deus, a operação já vem se arrastando e a cada momento provo essa minha inocência. Tanto é que estou reeleito. Eu participei de um julgamento político na Câmara que seria impossível, com voto aberto, o sujeito sair ileso com aquele tanto de acusação. Nem os deputados envolvidos se livraram de uma punição na ALE/RO. Eu como vereador escapei de uma cassação... E hoje, de 2013 para cá, são quatro anos e até agora minha inocência está sendo provada a cada momento. Fiquei triste em relação a como tudo ocorreu. Prenderam inocentes. Eu falo para todo mundo: “Eu sou inocente!”. Porque fiquei falando a mesma coisa um ano e meio sofrendo devassas, sendo grampeado sem que meus acusadores tenham mostrado nada, no final das contas, que pudesse depor contra minha reputação. Se houvesse algo errado a situação em si já teria me tirado do páreo e eu jamais regressaria como vereador em Porto Velho.
Dias de cárcere e relação com outros presos
RD – E como foram os dias de aprisionamento, vereador?
JM – [Fala pausadamente e com ênfase] Você não tem noção do que é isso! Você vem de uma família humilde, uma educação cristã. Vem de uma família honesta e tudo o que seus pais pedem é o seguinte: “Meu filho, faça tudo, mas não seja bandido. Tenha caráter, tenha dignidade!”. Então assim: me preparei para coisas boas, nunca para ser preso. Nunca fiz nada para isso. Aí chegou um dia e, de repente, eu estava num presídio. Falava a mim mesmo: “Meu Deus, eu estou aqui!”. Havia uma cela preparada e nós ficamos em trinta e três. Trinta e três pessoas presas na mesma operação dividindo uma sala quatro por quatro. O cano para defecar era um tubo precário no chão e de uso comum. Fiquei oitenta e cinco dias preso. Sessenta dias na mesma cela e os outros vinte e cinco numa menor, onde ficaram apenas sete acusados. Então você não sabe nada sobre o que está ocorrendo lá fora enquanto os dias passam. E a mídia aqui fora ‘pipocando’, contando só um lado da história. Durante quinze dias não tive contato com nada e nem ninguém. Mal ouvíamos os advogados indo aqui e acolá, sempre apressados e com pouca informação para nós. Mas eles podiam nos visitar no chamado parlatório. E depois de quase uma semana eu descobri por que estava preso. Meu advogado disse: “A acusação diz que você é traficante, chefe do poder político de uma organização criminosa”. Ou seja, a tal organização era cheia de segmentos, e eu operava a política, o lobby, digamos assim. Eu era apontado como aquele cara que fazia intervenções com governador, deputados estaduais e federais, senadores e por aí vai.
RD – E como foi receber essas credenciais de chefe de organização criminosa?
JM – Na hora eu fiquei abismado e perguntei: “Eu!?” Fui acusado de guardar drogas em casa, de ter malas de dinheiro em minha residência, fraudar cartão de crédito, mas isso foi só o começo. Daqui a pouco chega a notícia mais bombástica: “Você está sendo acusado agora de ter matado a sua esposa”. Aí fizeram o terror comigo: falaram que a tal da fita onde a minha suposta mulher revelava meus planos de executá-la iria ao ar no Fantástico, Jornal Nacional e outros veículos nacionais. Fui alvo da mídia nacional e até mundial, se duvidar. Tem lugar que eu chego no Brasil e as pessoas me conhecem. Perguntam: “Você que é o vereador Jair Montes?”. E eu digo: “Sou”. Aí elas querem saber da minha história. Em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e até Florianópolis. Sempre tem alguém querendo saber. Porque assim, com todas aquelas barbaridades, era pra eu ter sido condenado à prisão perpétua, se fosse legal no País. Porque, meu irmão, você atentar contra sua família, sua esposa, fazer tudo aquilo que falaram, é coisa de louco! Eu iria estar aqui podendo dar essa entrevista de peito aberto? A cadeia é um dos piores lugares que existem. A pessoa fala assim: “Cadeia é pra macho”. Eu rebato: “Mentira, cadeia é pra vagabundo, pra cabra safado! Cadeia não é pra homem não, homem sério não é pra estar na cadeia”. E não existe cadeia boa. Aquilo ali é uma máfia, infelizmente. Máfia da alimentação, da entrada de visitas, de tudo.
RD – O senhor fala do sistema penitenciário?
JM – Sim, do sistema penitenciário. Tanto é que hoje [quinta-feira, 09] teve uma operação no sistema penitenciário! Infelizmente... Pra entrar um cigarro, uma bebida, tudo se paga. Pra entrar pessoas pra visitar, tudo se paga. Então assim, estar num mundo daquele, um mundo animal, um mundo cão, você pensa: “Meu Deus, o que eu faço aqui?”. Agora, o pior momento da minha vida, foi no dia da visita. Foi quando minha filha me visitou. Ela me vendo sair da cela e observando meu caminhar até seu encontro. Não aguentei, chorei e chorei muito. Sem contar o encontro com meu filho, menor, uma criança ainda, sentado num colchãozinho me esperando e, ao se deparar comigo, com a mão no queixo, começou a chorar e eu, de novo, não aguentei. Desabei! Não tem coisa pior do que isso. As pessoas queriam me destruir da pior maneira possível. Pediram que eu fosse preso, três vezes, no Presídio Federal, como se eu fosse o maior criminoso do Estado de Rondônia. Queriam que eu cumprisse a prisão no Regime Disciplinar Diferenciado, o RDD, utilizado para isolar grandes criminosos como o próprio Beira-Mar aqui em Rondônia. Queriam me mandar para Mossoró, só que graças a Deus não fui. Pediram, mas não fui porque Deus foi maior. Saí um dia antes de ir. Na quinta-feira, quando completaram os oitenta e cinco dias, saí. E naquele dia que saí entrou o Valter Araújo [ex-presidente da ALE/RO] de novo e ficou no meu lugar na cela. Olha como são as coisas: por conta da entrada do Valter no cárcere, os holofotes saíram um pouco de mim e por um tempo voltei a respirar, tive tempo para me reestruturar.
Grave acusação contra policiais da ‘Apocalipse’
RD – O senhor conversava com os outros presos da' Apocalipse' na cadeia?
JM – A gente até ria e acabava se divertindo, de certa maneira, com tudo aquilo. Porque infelizmente ninguém sabia o que estava ocorrendo. Entendíamos como absurdo aquela correria toda e o nosso envolvimento. O que a polícia fez foi um absurdo. E o grande prêmio dos policiais civis foi ganhar cargos comissionados, de vinte a vinte um mil reais em termos de remuneração, na CAERD [Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia]. Estão pendurados lá até hoje ‘mamando nas tetas’ do governo. Delegado em estágio probatório, agentes da antiga GCCO [Grupo de Combate ao Crime Organizado], que agora é DRACO [Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas], enfim, muita gente que participou da ‘Apocalipse’ está na CAERD.
RD – O senhor tem como provar isso?
JM – Tenho como provar sim! Se você pegar a folha de pagamento da CAERD e comparar com os nomes dos envolvidos na operação encontrará diversos. Muitos estão lá cedidos e ganhando uma dinheirama como gratificação pelo que fizeram.
RD – O senhor disse que é formado em Administração. Por que quando preso não fora encaminhado à cela especial?
JM – Não fui. Aliás, não fomos. Porque havia outros formados e alguns vereadores. Existe uma lei dos anos 70 que, teoricamente, deveria nos garantir essa prerrogativa. Eu deveria ficar no Centro de Correição, mas nem isso deixaram. Ficamos no Pandinha. Foram, como já disse, sessenta dias naquela cela grande; depois outros vinte e cinco numa mais enxuta, onde restaram sete presos. Fui um dos últimos a sair, ficando apenas Fernando e Alberto, que passaram mais de noventa dias presos.
RD – Afinal, havia relações com Beto Baba e Fernando da Gata?
JM – Conheci os dois, sim. Ambos votaram em mim em 2010 e em 2012 para vereador. Mas, de tudo que me acusaram, nunca aconteceu nada. A polícia falou que, naquele momento, houve estelionato. Mas como haveria estelionato se todas as pessoas tinham cartões em seus próprios nomes? Algumas pessoas que tinham garagem de carros foram presas, mas os donos de grandes concessionárias não. Eu digo isso porque foram empresas que venderam também no cartão de crédito. Resumindo, foram dois pesos e duas medidas. Jamais vou negar: conheço Fernando e Alberto Siqueira. Agora, é aquilo que a gente fala: cada um é dono do seu CPF. Nunca fiz acordo espúrio nem com o Fernando e muito menos com Alberto. Hoje, cada um está tocando sua vida, se defendendo do jeito que pode para mostrar sua inocência, assim como eu.
Mágoas e ressentimentos
RD – Após o julgamento político na Câmara, restaram ressentimentos em relação aos colegas que se posicionaram contra o senhor?
JM – Não há ressentimentos com ninguém. Nenhum vereador. Nem com o Alan [Queiroz, do PSDB], que era presidente e pediu minha cassação e nem com o Leo Moraes [ex-vereador, deputado estadual pelo PTB], que foi o relator do pedido e cresceu muito politicamente em cima do meu caso e das acusações contra mim. Nunca me posicionei contra ninguém. Não falo mal deles. Aprendi com tudo isso. Todas essas celeumas, angústias, enfim, acabei entregando nas mãos de Deus. Quero agradecer, aproveitando o ensejo, ao Dr. Léo Fachin, que é meu advogado e ao Dr. Alan, que trabalha com ele. Eles têm cuidado da minha vida jurídica e a cada momento corroboram com a minha comprovação de inocência. Finalizando, muitos vereadores que votaram contra mim não voltaram para o Legislativo. A maior prova está aí. Prova de que tudo aquilo que fizeram comigo foi uma grande armação, senão o povo jamais perdoaria. Fiz dois mil e cinquenta e três votos, sendo o décimo oitavo mais bem votado desta legislatura e estou aqui para outro mandato. Não há ressentimento. Só peço que Deus abençoe a vida de cada um deles.
RD – Como é andar na rua após acusações o tachando de chefe de quadrilha; matador de esposa e estelionatário?
JM – Eu ando de cabeça erguida, sem problema algum. Rapaz, se eu te falar uma coisa, você ficaria impressionado. O carinho com que as pessoas me tratam é coisa de louco! Claro que tem algumas pessoas que se sentem mal, principalmente mulheres. Elas pensam: “Ih, esse cara aí matou a mulher dele”. Aí fica aquela mancha de criminoso, porque é que nem aquela máxima: “Travesseiro depois de aberto, com as penas jogadas para cima, não tem como juntar novamente voltando ao estado original”. Mas se alguém fala algo de ruim, fala baixo, de uma maneira que eu não possa ouvir. Sou respeitado onde eu ando. Onde quer que eu esteja. E ando em meio à população em shows e grandes eventos. Cabeça erguida porque sou inocente, graças a Deus.
RD – E nas redes sociais?
JM – Eu saí das minhas redes sociais na época da prisão, do processo e do julgamento político. Mas depois regressei ao Facebook e criei uma conta no WhatsApp. De vez em quando recebo uma gracinha, provocações e coisa e tal. Mas nunca respondi. Nunca rebati. Hoje, para minha surpresa, graças a Deus é tudo maravilhoso.
O ‘sangue nos olhos’ de Jesuíno
RD – Há poucos dias, o deputado Jesuíno Boabaid (PMN) usou a tribuna da ALE/RO para enviar um recado ao senhor. Na ocasião, pediu que respeitasse sua esposa Ada Dantas (PMN), também vereadora e, caso não ocorresse, resolveria a questão por si, já que não estaria apegado ao mandato e teria ‘sangue nos olhos’. Como o senhor recebeu a declaração?
Confira
JM – Eu acho que houve mal entendido por parte do deputado Jesuíno Boabaid. E até fiquei preocupado porque o deputado desceu lá do salto para atacar um humilde vereador de Porto Velho. Não me senti ameaçado, mas fiquei preocupado com a saúde do deputado Jesuíno. Quando ele diz que tem sangue nos olhos, imagino sintomas de hemorragia. Então ele tem de ir ao oftalmologista tratar o mais rápido possível para que não fique cego lá na frente, né? De tudo que passei na vida, caro jornalista, estou com outra visão das coisas. Não vale a pena dar trela a picuinhas. Mas assim, ALE/RO é uma coisa, Câmara é outra, cada Casa com sua atribuição. Aqui sempre existirá divergência entre pensamentos e entendimentos. Eu posso votar em ‘A’ e ela em ‘B’, às vezes o contrário e até mesmo juntos, pelo mesmo ideal. Mas deve haver sempre respeito dentro do parlamento. Naquele momento votávamos questões que a prefeitura havia encaminhado sobre licitações e gastos públicos. Ela [Ada] não concordou com meu posicionamento e pediu aparte. Eu concedi, deixando-a falar durante o meu pronunciamento. Houve uma troca acalorada de ideias divergentes, mas jamais desrespeito. Nunca a ofendi. Se houvesse ofensa eu responderia por quebra de decoro parlamentar. Pode pegar meu histórico de atividade, jamais ofendi ninguém, sequer aumentei o tom de voz. Então, na segunda vez que ela pediu aparte, eu neguei a solicitação porque já havia concedido anteriormente. Pedi para que cortassem o microfone dela. Não foi nada de mais. Uma tempestade em copo d’água. No dia seguinte, vi o vídeo do Jesuíno lá gritando e esperneando. Fiquei sem entender nada. Não tenho nada contra eles. Agora, no Dia das Mulheres, contribui com uns brindes para distribuição num evento programado pela vereadora Ada. Ela disse que não tem nada contra mim, que houve um mal entendido. Então eu entendo essa história como superada. Agora, o que sempre falei pra todo mundo: não queira fazer de mim um trampolim para 2018. Não queira! Hoje, um vereador aparece muito mais que um deputado. Ninguém sabe quem são os deputados de Porto Velho. Mas todo mundo sabe quem é o vereador Jair Montes. Então esse assunto Ada-Jesuíno, para mim, está encerrado. Só peço ao deputado Jesuíno que, caso não tenha plano de saúde, vá a uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento] nossa, pode ser no Ana Adelaide. Que faça uma consulta porque sangue nos olhos é algo complicado. É preciso visitar um oftalmologista para fazer um exame apurado urgentemente a fim de evitar a cegueira, deputado. Por favor, faça isso.
RD – E os planos para o futuro, vereador?
JM – Tenho pretensões sim. Fui candidato três vezes a deputado federal. Tinha esse sonho. Perdi a chance em 2010, passando perto de mim. Mas Deus, naquele momento, indicou que eu não estava preparado para ser deputado. Entrei no Parlamento Mirim, tenho aprendido muito desde então e hoje estou preparado para ser até presidente da República se me colocarem lá. Estou preparado! Em 2018, estou ensaiando uma pré-candidatura a deputado estadual. Nunca fui candidato a deputado estadual. Estou trabalhando na fiscalização junto ao Executivo, o Dr. Hildon tem um coração grande, como o Dr. Mauro. Dr. Hildon tem uma vantagem, é mais jovem, é mais ágil para andar, para correr, olhar os problemas. Peço a Deus que ele acerte, porque ele acertando Porto Velho sai desse marasmo. Porto Velho é uma mulher bonita mal cuidada. Ele tem meu apoio nesta Casa. O que beneficiar a população, ele poderá contar comigo; agora, aquilo que eu entender que não é benéfico, terá Jair Montes como opositor político, nunca na seara pessoal. Os projetos são grandes para frente. Estou na direção do PTC, reestruturando o partido e com possibilidade de ter candidatos a todos os cargos na próxima eleição, até ao Governo do Estado. Nada está descartado. O PTC será uma grande surpresa para 2018, pois temos bons nomes em nossos quadros de filiados. Porém, meu grande sonho, um dia, é ser prefeito de Porto Velho. Esse é meu grande sonho!
O adendo sobre Marcelo Bessa
[Após o encerramento da entrevista, o vereador solicita fazer um adendo acerca da história sobre Marcelo Bessa]
RD – Microfone aberto, vereador.
JM – A última coisa em relação à ‘Operação Apocalipse’ é relembrar que foi algo tão político que o ex-secretário Marcelo Bessa ficou revoltado por não entrar no TCE/RO. Quem não quer ser conselheiro em emprego vitalício? Então, ele foi candidato a deputado federal em 2014, um ano após o ‘show’ patrocinado por ele na operação. Ele entendeu que a população o credenciaria ao cargo. Felizmente, graças a Deus, não ganhou e foi embora daqui. Segundo informações que recebi, vive uma depressão gigante.
RD – Já que retornou ao assunto, o senhor acha que o governador Confúcio Moura teve envolvimento com a devassa feita em sua vida?
JM – Nunca critiquei o governador Confúcio Moura. Fui, para você ter uma ideia, colaborador do governo Confúcio. Quando perdi a eleição a deputado federal em 2010, ajudei o Confúcio no segundo turno, quando se tornou governador pela primeira vez. E o Confúcio me nomeou na Casa Civil. Trabalhei e trabalhei bem em prol do Estado. Quero crer, já falei para o governador, que não teve dedo dele nessa história. Quero crer... No geral, nos damos bem no cotidiano político. Conversamos por aí em eventos e tudo o mais. Ele me chama de ‘Montes’. Tenho muito carinho e respeito por ele. Enquanto não provar cem por cento da minha inocência, vou ficar igual ‘gato escaldado’ esperando minha hora. Mas depois que tudo for esclarecido será o momento de buscar meus direitos como ser humano e cidadão. É só isso, muito obrigado pela entrevista.
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Autor / Fonte: Rondoniadinamica
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