Um vírus, provavelmente trazido de outra região do país, segundo especialistas, contagiou vilhenenses e está se disseminando entre a população local após as festas de Natal e Ano Novo. Causador da conjuntivite hemorrágica, o Vírus de Coxsackie aumentou o número de casos da doença ocular em até 20 vezes na cidade durante os últimos 30 dias, segundo os oftalmologistas.
A inflamação de uma pele transparente que recobre a parte do branco do olho deixa essa membrana congestionada e avermelhada, dando a principal característica da doença. Além disso, a sensação de ter um cisco no olho, causada pela irritação do vírus, é outro principal sintoma.
De acordo com o oftalmologista Marco Tulio Teodoro Filho, o aumento no número de casos em Vilhena foi espantoso em dezembro e aponta para um surto deste vírus. “Geralmente a conjuntivite é causada pelo adenovírus, o mesmo causador da gripe. Assim, primeiro a pessoa fica gripada e então a conjuntivite se manifesta, ou o contrário. Neste fim e começo de ano, entretanto, os casos não vieram acompanhados de gripe, o que indica a provável presença do Coxsackie, que causa hemorragia”, explica.
Apenas nos últimos 30 dias Marco atendeu 23 casos de conjuntivite, sendo que a média de atendimentos era de 10 por ano, ou seja, mais de 20 vezes a média mensal. “A origem do surto pode ter sido alguma pessoa contaminada vindo de outro estado do país, visto que aqui este Coxsackie é muito raro. Devido às festas de Natal e Ano Novo, com todo mundo interagindo de forma mais próxima, isso se espalhou rapidamente, tendo em vista que o vírus pode ficar vivo até 6 dias em locais onde uma pessoa contaminada encostou”, revela Marco.
Como a transmissão, segundo o oftalmologista, começa dois dias antes de os sintomas se manifestarem e continua até 15 dias depois de o olho voltar ao normal, a prevenção deve ser constante. As principais recomendações são manter a pessoa doente isolada, lavar as mãos com frequência, evitar coçar os olhos com as mãos sujas e procurar tratamento adequado, conforme idade e sintomas. “Muitos pais têm conjuntivite, recebem a prescrição de um colírio e o aplicam em seu filho também. No entanto, cada remédio é feito para um tipo de paciente. O aumento da pressão no olho causado por alguns colírios recomendados para adultos pode causar glaucoma se aplicado em crianças. É importante procurar um especialista para cada caso”, conta.
NOME ESTRANHO - A infecção do vírus com o microorganismoCoxsackie recebe este nome por conta da cidade Coxsackie, em Nova Iorque, EUA, onde o agente foi isolado.
Autor / Fonte: Folha do Sul/Herbert Weill
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