Por Vinicius Canova
Publicada em 14/05/2019 às 12h26
Porto Velho, RO – A comprovação mais contundente demonstrando o início antecipado das eleições 2020 está registrada em Porto Velho através do que podemos chamar facilmente de baixaria institucional.
A troca de farpas pública patrocinada entre o prefeito Dr. Hildon Chaves (PSDB) e a procuradora do Ministério Público de Contas (MPC/RO) Érika Saldanha – esta referendada por colegas e conselheiros –, denota uma animosidade muito maior do que a percebida nos últimos pleitos.
Já não é preciso chegar ao período eletivo para sentir na atmosfera o clima hostil que envolve quaisquer tipos de batalhas à sucessão.
E aqui não se faz juízo de valor acerca de quem tem ou não razão. Qualquer ser humano razoável e dotado de bom senso conseguiria conceber o absurdo no horizonte.
Prefeitura de Porto Velho, Tribunal de Contas (TCE/RO) e MPC/RO deveriam, pelo menos em tese, encontrar confluência a fim de trilhar o caminho do interesse público. No entanto, infelizmente, o que a sociedade tem assistido e escutado são reiteradas e mútuas investidas infantis onde os representantes destes órgãos se digladiam no ringue de rinha para descobrirem, no final das contas, quem é que manda no parquinho.
Se a primeira ofensiva midiática e a respectiva réplica não fossem suficientes, Dr. Hildon escancarou os motivos de sua inquietação no último ato e fez questão de trazer para o campo de batalha o antigo desafeto Léo Moraes, hoje deputado federal eleito pelo Podemos.
Com o golpe derradeiro, o caso que era de aporrinhação recíproca entre instituições passou a ser, à sua própria maneira, a reedição do confronto eleitoral de 2016.
A um ano e cinco meses das eleições 2020, o ambiente já está tóxico; e esse ar envenenado se estende a outros nomes que, pouco a pouco, surgem no panorama como alternativas tanto à chefia do Executivo municipal quanto às cadeiras na Câmara de Vereadores.
Vinícius Miguel que o diga...
O campeão de votos na Capital nas eleições do ano passado acabou de sair da REDE Sustentabilidade para presidir em Rondônia o Cidadania, antigo PPS.
Em sete meses do final do primeiro turno em 2018 para cá, foi o único passo político formalizado. Os sites de notícia especulam, articulistas comentam, mas, na realidade, o advogado não decidiu se irá concorrer ou não, especialmente à prefeitura.
Por outro lado, talvez por conta de sua meteórica popularidade, já se vê nas redes sociais ataques engendrados sistematicamente com a intenção óbvia de desmoralizá-lo e enfraquecer sua imagem a partir de agora e até os próximos 500 dias.
Mas ele é só um exemplo que serve de base para tantos outros casos.
E esse cenário dantesco rascunhado desde aqui corrobora com a ideia de que, se o eleitor imaginou um quadro mais diplomático e arrefecido em termos de competição, enganou-se.
Tanto as notícias falsas (fake news) e embates que vão muito além do limite da razoabilidade são posturas embrenhadas num comportamento coletivo bastante significativo, principalmente na Internet – a terra de quem acha que pode tudo.
Desta vez, aparentemente, está nas mãos das pessoas comuns decidirem se serão enganadas ou não pelas mesmas intenções tacanhas.
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