O livro Cantiga de Viola - Relicário de Sons do Sertão será lançado hoje, às 17 horas, na Casa de Cultura Ivan Marrocos, em Porto Velho. É a quarta obra do jornalista, escritor e poeta Edson Lodi, e trata do resgate da historicidade do uso da Música Popular Brasileira (MPB) na ritualística do Centro Espirita Beneficente União do Vegetal (UDV).
Cantiga de Viola busca, como fruto de intensa pesquisa, a altura e importância que tem a MPB para a cultura nacional por seu valor intrínseco, como expressão de um “Brasil Profundo”.
Essa expressão, referida por grandes artistas e escritores, a exemplo de Ariano Suassuna e Elomar, por sua inesgotável e surpreendente riqueza poética manifestada, é preservada e multiplicada no contexto muito especial na UDV, tendo como principal referência o criador dessa religião, o Mestre José Gabriel da Costa (1922–1971).
O livro possibilita uma experiência que é também poética e espiritual. Sua leitura ideal não é aquela distanciada, do crítico, nem a descompromissada, dos diletantes. Para quem está atento, como Edson, à presença do sagrado nas coisas mais simples do viver, a música é em si mesma um relicário, no qual repousam sensações agudas, experiências profundas, a luz fina da consciência desperta.
Dessa forma, tendo como fonte a utilização de música pela União do Vegetal, o livro conduz às histórias de artistas brasileiros como Jackson do Pandeiro, Marinês, Jacinto Silva, Nonô e Naná, resgatando suas musicalidades, possibilitando às novas gerações o acesso a uma discografia virtualmente ausente das mídias sociais.
É nesse rondó sem fim que Cantiga de Viola reúne, como numa quadrilha de São João, Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Zito Borborema, Dominguinhos, Quinteto Armorial, Renato Teixeira, Banda de Pau e Corda, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Villa Lobos; sem falar nos tantos músicos que se tornaram sócios da UDV, como Xangai, Margareth Menezes, Marcos Lessa, Flávia Wenceslau, entre tantos outros não citados, mas nem por isso menos importantes.
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