Por UNESC NOTÍCIAS
Publicada em 26/07/2019 às 13h11
O Brasil é um dos países onde mais se mata mulher. A violência acontece diariamente e atinge a todas as classes, tanto que se tornou um dos maiores problemas de saúde pública do país. O feminicídio é o homicídio praticado contra a mulher em decorrência do fato de ela ser mulher.
Com objetivo de sensibilizar o público acadêmico e a sociedade em geral sobre a necessidade de se identificar e denunciar o crime, o curso de Direito da Unesc/Cacoal promoveu nesta quarta-feira (24), uma palestra sobre o feminicídio.
De acordo com a professora de Direito Civil e coordenadora do evento, Deborah May Dumpierre, a palestra tem por foco principal passar aos estudantes conhecimentos jurídicos e de vivencia pessoal para que possam identificar e combater esse crime dentro de suas profissões e no convívio familiar.
“Esse é um tema atual, pois a morte de mulher por causa de relacionamentos abusivos é uma crescente. E a pior parte é que muitas vítimas sofrem violências psicológicas e físicas do parceiro e não conseguem reconhecer que está sendo violentada. Por isso, é necessário trabalhar com esse assunto em sala de aula para que saiba identificar se estão sofrendo e se conhecem alguém que passam por essa violência. Também é importante denunciar para que acabe”.
“A Unesc abraça todos esses movimentos e o feminicídio é um movimento social que precisamos levar até o conhecimento da sociedade através de nossos estudantes”, destaca a professora.
A advogada Eduarda Meyka foi a palestrante do evento. Além de repassar informações sobre as etapas de evolução do feminicídio, ela compartilhou com o público um pouco de sua experiência pessoal com tema, pois também já foi vítima de violência por parte de companheiro e não conseguia identificar.
“É muito comum a mulher está dentre de um relacionamento abusivo e não conseguir identificar. Eu sou exemplo disso, tendo em vista que é muito difícil de perceber, mais o recado que quero repassar é que as mulheres comecem a contar as coisas que acontecem dentro do relacionamento, porque nosso maior erro é não falar do quê está acontecendo, até porque uma pessoa de fora consegue identificar melhor a situação”, expõe.
Para a estudante Isabella Ramires, do 2º período de Direito, ao abordar o tema, a Unesc mostra mais uma vez que é uma instituição que se preocupa com a parte social de seus estudantes e colaboradores.
“Esse é um dos temas que precisam ser abordados em todos os lugares, principalmente entre os acadêmicos, pois é o que a gente convive no dia a dia, haja vista, que segundo a palestrante uma mulher é agredida no Brasil a cada sete segundos”.
As palestras foram ministradas no período vespertino e noturno, e além dos acadêmicos de Direito foi aberta também para os demais cursos da instituição.
Tipos de feminicídio
Violência doméstica ou familiar: quando praticada junto a mulher, ou seja, quando o agressor é um familiar da vítima ou já manteve algum tipo de laço afetivo com ela. Esse tipo de feminicídio é o mais comum no Brasil.
Menosprezo ou discriminação contra a condição da mulher: quando o crime acontece por discriminação de gênero, manifestada ódio ou aversão a mulher.
Quando o assassinato de uma mulher é cometido, por exemplo, de latrocínio (roubo seguido de morte) ou de uma briga simples entre desconhecidos ou é praticado por outra mulher, não há a configuração de feminicídio.
Vestibular agendado
Seguem abertas as inscrições para o Vestibular Agendado da Unesc, para ingresso no segundo semestre de 2019. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet ou pela secretaria acadêmica de cada uma das unidades da Unesc: em Cacoal, Vilhena e Porto Velho.