Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 27/07/2019 às 09h29
O verão amazônico (seca) já está em fase adiantada e dentro de sessenta dias já estaremos entrando no inverno amazônico (chuvas) e a principal rodovia federal asfaltada de Rondônia, a BR 364, ainda, não apresenta condições satisfatórias de tráfego. Com movimento estimado em torno de 2,5 mil carretas por dia em períodos de safra de grãos (milho e soja) no Estado e do Sul do Mato Grosso a BR fica toda esburacada e, todos os anos apresenta índices elevados de acidentes, a maioria com vítimas fatais.
O Rondônia Dinâmica publica com regularidade, há meses matérias sobre a precariedade da BR 364 e a necessidade, não apenas de tapa-buracos, que serve mais para dar dinheiro a empreiteiras, mas de restauração total do trecho Vilhena a Porto Velho, com cerca de 700 km.
Muitas vidas já foram ceifadas no trecho da BR, que tem sinalização ruim, fiscalização insuficiente para a demanda e, além dos buracos, que surgem durante o período de chuvas, há os motoristas irresponsáveis, que transitam com excessos de velocidade, de carga e já foram constatados inúmeros casos de “rebites”, ou seja, o motorista dirigindo sob efeito de drogas e álcool, além do excesso de velocidade.
A BR 364 foi inaugurada na década de 80, quando não existiam carretas e bitrens, no máximo uma jamanta, que eram caminhões trucados. O alicerce, que é elevado devido as chuvas no inverno, e que por isso obrigam o asfalto a ficar acima do nível do solo, os motoristas atendendo os patrões ávidos por dinheiro colocam peso acima do permitido nos enormes veículos da era moderna comprometendo o já frágil pavimento.
No trecho entre Vilhena a Porto Velho, onde há o porto graneleiro, por onde é exportada a maioria da produção de grãos de Rondônia e do Sul do Mato Grosso, tem apenas uma balança no trecho entre Ouro Preto do Oeste a Ji-Paraná, que está desativada há anos. Nas poucas vezes em que esteve funcionando só serviu para comprometer o fluxo de trânsito, pois só era acionada em períodos de entressafra, ou seja, não tinha nenhuma finalidade, um absurdo, coisas de brasileiro.
A bancada federal de Rondônia deve se unir ao governador Marcos Rocha (PSL), que tem trânsito tranquilo com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) e pressionar para que a BR 364, seja restaurada, com o piso adequado a realidade do trânsito intenso e pesado. O trabalho de restauração deve ser feito por etapas, com licitações de trechos de 50 km, por exemplo, para garantir a sua efetivação.
É difícil ou praticamente impossível restaurar a ligação Porto Velho a Vilhena somente no período de seca, mas a divisão por trechos ajudaria. Licita-se dois trechos, por exemplo, para restauração, inclusive readequação da base e os demais um tapa-buracos bem feito para deteriorar o mínimo possível até o próximo verão.
Também é necessário duplicar a BR entre Porto Velho a Vilhena, após a adequação do piso e aplicação de asfalto com camada adequada ao tráfego pesado nos períodos de safras e para suportar as fortes chuvas do inverno amazônico, quando chove, forte, praticamente todos os dias.
Rondônia tem clima diferenciado de outras regiões do país. É um Estado em franco desenvolvimento e de terras férteis. A economia do Estado depende em grande parte da BR 364, por onde são transportadas, boa parte da produção agrícola, pecuária, leiteira e da piscicultura, dentre outras riquezas minerais como ouro, cassiterita, nióbio.
A BR 364 é fundamental para Rondônia, que dentro de no máximo 10 anos será um dos maiores produtores de grãos (soja, milho, café) do Brasil, mas é preciso que nossas autoridades (políticos, empresários, sociedade organizada) se unam e priorizam obras essenciais, como a restauração da BR 364.