Por Vinicius Canova
Publicada em 15/07/2019 às 16h41
Porto Velho, RO – Ah, 2020... Tu estás tão próximo! Daqui a pouco mais de um ano teremos eleições para reconduzir o atual ou eleger um novo prefeito para a Capital rondoniense.
Quando chegar a época, anote aí, leitor (a), soluções miraculosas irão emergir de tudo quanto é canto.
Mas nós já tivemos médico, funcionário público, empresários, professor e até ex-promotor na condução das rédeas do Executivo municipal, e coisa, infelizmente, parece não deslanchar. Aliás, a impressão que dá é: não tem jeito, o negócio é “enxugar gelo” e só.
Se avaliássemos pelos espectros políticos, então, já que é o critério bola da vez, a gestão passou da esquerda para direita, fazendo escala pelo centro.
A menos, claro, que você seja um entre os que compreendem o PSDB como partido de tendências marxistas. Se for este o seu caso, caso que a meu ver seria de análise clínica, não de política, faltaria apenas um salvador da Pátria do PSL, não é isso?
E terá, pelo menos na disputa: vitorioso são outros quinhentos, obviamente. Mas este não é um artigo sobre nomes no tabuleiro. É, na realidade, uma vã tentativa textual no sentido de tentar entender por que alguém no gozo e suas plenas faculdades mentais se lançaria tal qual kamikaze numa empreitada certamente malfadada.
A cidade está entre a cruz e a espada porquanto o eleitor tende, a cada decepção, encontrar o seu próprio Sassá Mutema. E na vida real ele nem sempre aparece como boia-fria: alguns andam por aí de terno e gravata; outros de verde oliva da altura da tíbia ao fim da cabeça – o resto é coturno.
E o problema é que ao redor dessa gente vem uma onda prosélita difícil de frear.
O próximo prefeito não pode ser eleito via catequese; precisa, na realidade, compreender, ou pelo menos não se fazer de idiota quando cobrado, que as instituições de fiscalização e controle sempre existiram e seguem – ou deveriam seguir – as leis.
A burocracia legal deve ser observada com rigor para que não ocorram emperramentos em setores essenciais, como o do transporte escolar, por exemplo.
E é difícil colocar um município como Porto Velho nos eixos porque frases feitas não impulsionam o desenvolvimento: o máximo que fazem é projetar bonachões e ampliar bolhas sociais segmentadas.
As cobranças virão da sociedade civil organizada; do Ministério Público (MP/RO); do Tribunal de Contas (TCE/RO) e do Poder Judiciário, quando, no último caso, for necessário haver intervenção do malhete.
Levando em conta que os problemas se amontoam a cada gestão, a capital pode ser considerada, hoje, como um verdadeiro “pepino” administrativo: a máquina destruidora de reputações no mundo político. Quem, então, terá a coragem de assumir a responsabilidade?