Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 17/08/2019 às 10h19
No comando do governo do Estado desde o início do ano o governador Marcos Rocha (PSL) e sua equipe têm um enorme desafio pela frente, dentre outros não menos importantes, que é equilibrar a economia do Estado. Rondônia em passado recente apresentou PIB (Produto Interno Bruto) (é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas) entre os mais elevados do país, o que não ocorre hoje. No primeiro trimestre o PIB de Rondônia esteve pouco acima de R$ 1,7 bilhão.
O PIB influencia diretamente no futuro dos Estados e municípios e, consequentemente na Nação. Baixo sinaliza economia frágil e necessidade de adequações, principalmente num Estado em franco desenvolvimento e ocupando posição de destaque em rebanho bovino de corte (mais de 14 milhões de cabeças) e produção de grãos (soja e milho) em evolução constante.
Caso Rondônia não consiga melhorar a economia, e isso depende muito do governo do Estado, que está completando quase oito meses e não conseguiu acompanhar a necessidade de desenvolvimento econômico e social do Estado, teremos dificuldades até o final do ano. Pouco do que foi planejado está sendo executado, as estradas, sejam elas pavimentadas ou de leito natural estão intransitáveis dificultando o transporte da produção agrícola, pecuária e a leiteira, a mais prejudicada, pois precisa de boas estradas os 12 meses do ano, porque o transporte da produção é diário.
O Tesouro Nacional divulgou esta semana que Rondônia e Amapá pioraram a nota de crédito (capacidade de endividamento com empréstimos, por exemplo) caindo de B para C. Devido a isso deixam de integrar o grupo que pode tomar empréstimo com garantia da União. Dentre os estados brasileiros, somente o Espírito Santo tem nota A na capacidade de pagamento (Capag).
Em 2016, por exemplo, pior dos últimos anos para a economia brasileira, Rondônia brilhou e teve aumento de 4,7% do BIP. Três anos depois o Estado tem dificuldades para poder contrair empréstimos, porque não tem a garantia do Tesouro Nacional. Rondônia foi motivo de matéria da revista “Exame”, em agosto de 2017, terceiro ano do segundo mandato do governo Confúcio Moura (MDB) com o título “Rondônia: um porto seguro em tempos de crise”.
Leia o texto: “A crise econômica que se arrasta há quase uma década tem tirado a confiança do empresariado, gerado desemprego e levado vários estados brasileiros ao colapso financeiro. Esse cenário, no entanto, é bem diferente da realidade de Rondônia, estado com DNA agropecuário que cresce de forma constante desde 2011 e que fechou o ano de 2016, um dos piores da história recente do Brasil, com um aumento de 4,7% no PIB. As perspectivas para os próximos anos são ainda mais animadoras, o que tem atraído empresários dos mais variados segmentos, desde produtores rurais até indústrias processadoras, passando por fornecedores de insumos, logística e serviços e executivos altamente qualificados”.
Os tempos eram outros, mas foi período ruim para a economia nacional, menos para Rondônia. Hoje o país vem crescendo em todos os segmentos e Rondônia não consegue ajustar sua economia. Por que?
No início do atual governo foi sugerido, que fosse feita uma ampla auditoria para saber a realidade econômica do Estado. O novo governo optou, apenas pelo que apresentou a Comissão de Transição, ou seja, “casou com a viúva” e agora tem que parir e cuidar dos filhos.
A esperança é que o governo Marcos Rocha deslanche, que consiga resolver os problemas emergentes, como a precária situação das estradas, problema que irá se agravar com a chegada das chuvas, o impasse político com o Poder Legislativo, aparentemente amenizado e consiga governar, de fato. Não basta ter um “plano de governo” alicerçado no combate à corrupção, como se todo o povo de Rondônia seja corrupto.
É necessário trabalho em todas as frentes como saúde, educação, segurança pública, estradas transitáveis o ano inteiro, saneamento básico, dentre outras prioridades. Corrupção é caso de polícia e não de governo. Governo precisa de planejamento viável e foco na sua execução.