Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 21/09/2019 às 10h47
As mudanças que ocorrem na política nas duas últimas eleições, 2016 (prefeito, vice e vereador) e as gerais (de 2018), que elegeram presidente da República e vice, governadores e vices, senadores (duas das três vagas), Câmara Federal e Assembleias Legislativas melhoraram as condições de vida da população? A resposta é não, mas a expectativa era de mudanças para melhor, o que não está ocorrendo.
Em Rondônia, por exemplo tivemos mudança radical na Prefeitura de Porto Velho. A maioria da população elegeu o Hildon Chaves (PSDB) prefeito. Ex-promotor de Justiça e pela primeira vez militante na política Hildon foi eleito com a esperança de mudanças radicais na administração pública da capital. Estamos com dois anos e quase nove meses de governo e pouco ou quase nada mudou.
Faltando poucos dias para completar 32 meses de governo Hildon, ainda, não conseguiu dar um Norte para sua administração. Já mudou quase todos os secretários. Algumas pastas, vitais como a Educação diversas vezes e continua na busca do secretário ideal, que realmente atenda às necessidades do setor, inclusive o transporte de alunos na área rural e fluvial, ambos deficientes, capengas.
Há quem diga que na administração não se tem denúncias de irregularidades, roubo de dinheiro público. Não deixa de ser um fato positivo, mas é obrigação de qualquer administrador eleito pelo povo ser correto, assim como o cidadão comum.
A situação não é diferente no governo do Estado. Eleito no embalo Bolsonaro (presidente da República), o coronel Marcos Rocha (PSL) é um calouro na política. Se elegeu devido as condições favoráveis do momento e está completando noves meses de administração e sempre batendo na mesma tecla, a de combate à corrupção. Difícil uma intervenção coletiva de Rocha sem que ele cite corrupção, desmando e atos ilegais, que eram praticados anteriormente e não mais agora.
O governo do Estado apresentou recentemente um Plano Estratégico. A empresa que elaborou o projeto é desconhecida e nenhum secretário de Estado foi ouvido, consultado, questionado. Onde a empresa conseguiu dados para elaborar um Plano Estratégico (sic) sem consultar secretários de Estado, superintendentes, diretores?
Outro problema sério que Rondônia tem com “o novo” na política é a bancada federal. Foram eleitos ao Senado o ex-governador Confúcio Moura (MDB) e o ex-deputado federal Marcos Rogério (DEM). O primeiro é experiente e profundo conhecedor dos bastidores da política. Já Marcos Rogério faz parte do novo. Pouco fizeram pelo Estado. Acir Gurgacz (PDT), que está completando o quinto ano de mandato teve problemas com a Justiça e não conseguiu destaque no Senado este ano.
Já na Câmara Federal a situação é mais delicada. Esperava-se muito mais de Léo Moraes (Podemos), Jaqueline Cassol (PP) e Mauro Nazif (PSB). Léo é jovem, mas experiente; Jaqueline tem o seu primeiro mandato, mas milita na política há tempos, Nazif já tinha passagem pela Câmara Federal, o coronel Chrisóstomo de Moura (PSL) grita mais do que produz e Sílvia Cristina (PDT), apenas mais uma no parlamento federal.
Os reeleitos Expedito Neto (PSD), Mariana Carvalho (PSDB) e Lúcio Mosquini (MDB), a exemplo dos demais nem apareceram no ranking de políticos atuantes na Câmara Federal, o que demonstra a apática atuação da bancada federal de Rondônia, nos nove meses de mandato dos políticos que conseguiram se reeleger para mais 4 anos.
Nunca Rondônia teve uma bancada federal carente de expressividade como a atual. Falta potencial político para inaugurar a ponte sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, município de Porto Velho, por exemplo, que está pronta e continua fechada ao tráfego; restaurar e duplicar a BR 364 no trecho Porto Velho a Vilhena, com cerca de 700 km; recompor a pavimentação da BR 319 (Porto Velho/Manaus).
No próximo ano teremos eleições para eleger prefeitos, vices e vereadores. Será que “o novo” prevalecerá? Que os políticos, alguns jovens, mas há tempo na política terão preferência do eleitorado?
Rondônia é um Estado jovem e promissor, com quase tudo por se fazer. A soja está chegando e ocupando a cada ano mais espaço. Temos um Porto Graneleiro em Porto Velho, no rio Madeira que exporta para o mundo. É preciso ousadia, ação e cobrança dos políticos congressistas ao governo federal.
A parceria entre o “velho” e o “novo” deve ser composta, nas próximas eleições, pois está evidente que o “novo” das últimas eleições não emplacou.