Por Robson Oliveira
Publicada em 09/10/2019 às 11h55
RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA
RACHA
Desde o segundo turno das eleições estaduais do ano passado que a relação pessoal entre o coronel e governador Marcos Rocha (PSL) e o empresário Jaime Bagattoli, ex-candidato ao Senado Federal, não são boas. Assim que o resultado do segundo turno foi divulgado, passando para a disputa final Marcos Rocha e o tucano Expedito Junior, os dois divergiram publicamente e trocaram farpas na reunião que organizava a coordenação da campanha. Após o entrevero, Bagattoli chegou a se encontrar com o adversário do coronel, confirmou o racha, desabafou que sua candidatura foi prejudicada pelos companheiros e convocou uma coletiva no dia seguinte em Vilhena, cidade onde possui domicílio.
CHORO
Na coletiva o ex-candidato a senador pelo PSL fez declarações duras contra o coronel, avisou que estaria fora do segundo turno e que não apoiaria mais ninguém. As declarações causaram inicialmente abalo na coordenação política do coronel que o obrigou a voar a Vilhena e suplicar que Bagattoli permanecesse na campanha. Marcos Rocha chegou a publicar numa rede social o reencontro e, aos prantos, declarou irmandade com o ex-colega, afirmando que a desavença seria um ardil dos adversários supostamente para impedi-lo de vencer o pleito.
DESFILIAÇÃO
Dez meses após a posse de Marcos Rocha no cargo de governador de Rondônia, sem uma participação do grupo de Jaime Bagattoli em sua administração, o ex-senador anunciou a desfiliação do PSL e, numa carta pública, expôs mais uma vez as desavenças com o chefe do executivo. Embora rompidos, de forma elegante, Jaime conclui sua missiva desejando sucesso ao ex-aliado.
PERDA
O governo federal acaba de extinguir a possibilidade da implantação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), através do decreto 10.037. O que estranha é o silêncio da bancada federal, do governador e dos setores produtivos com o fim do sonho da ZPE. Exceto o deputado federal Mauro Nazif (PSB), nenhuma outra autoridade criticou a extinção nem tentou a prorrogação do decreto da criação. Nos oito anos de governo, nada foi feito pelo governador emedebista Confúcio Moura não cumprindo com as exigências para a implantação. O atual mandatário sequer utilizou sua relação de amizade com o presidente Bolsonaro para a prorrogação. Na campanha o coronel candidato jactava-se que resolveria os gargalos rondonienses diretamente com o capitão presidente, haja vista a sua amizade desde a caserna.
ANOMALIA
Não há aparentemente ilegalidade no convênio entre a Energisa e a Polícia Civil visando a reforma de órgãos públicos e ampliação de espaços. É absolutamente normal que as grandes companhias que exploram nossas riquezas devolvam como contrapartida parte dos lucros amealhados com nossas riquezas naturais. O que não é normal, ao que parece ser a crítica dos membros das Comissão Parlamentar de Inquérito, é a delegacia especializada priorizar suas ações em favor da empresa como retribuição das contrapartidas. Não está claro que tal privilégio esteja ocorrendo e a nota da Polícia Civil é explicativa. No entanto, a hipótese sendo verdadeira, a anomalia ultrapassaria o limite da legalidade.
ARDILOSO
Depois de ajudar a destruir politicamente seu companheiro de partido no MDB, Valdir Raupp, o senador Confúcio Moura assumiu a primeira vice-presidência nacional do partido, por coincidência o mesmo cargo que o ex-senador exerceu. Moura, que é implacável e predador com os desafetos, não medirá esforços para retirar da influência do ex-senador o comando regional do MDB e escalou o deputado federal Lúcio Mosquini para a missão. O deputado, não é segredo para ninguém, odeia o casal Raupp. Uma questão de tempo.
SERPENTÁRIO
As críticas tornadas públicas pelo presidente Jair Bolsonaro ao presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar, revelam que o partido entrou em crise antes do primeiro ano no governo. O PSL é um partido de proveta, ou seja, não tem capilaridade eleitoral nem um contingente expressivo de militantes, cresceu nas eleições passadas em função do personagem denominado “mito”, Bolsonaro. A confirmar a saída do presidente da legenda, o PSL estará fadado a perder espaço político e voltar ao anonimato nas eleições municipais. O PSL existe em função da figura de Bolsonaro, Bivar e companhia não representam nada. Nem nos colégios onde foram eleitos na onda do capitão.
QUEIMADAS
Ninguém falou nada, nem nada foi feito pelas autoridades ambientais, mas o Parque Estadual de Corumbiara queimou por vários dias consecutivos com um prejuízo sem precedentes. Distante das áreas urbanas e compondo o paradisíaco Vale do Guaporé, onde o incêndio destruiu quilômetros de floresta, as labaredas eram vistas de longe. O fogaréu minimizou nos últimos dias em razão das chuvas que caíram na região. É lamentável o descaso das autoridades com o meio ambiente.