Por Redação
Publicada em 16/11/2019 às 10h44
O belo por mais simplória que seja a narrativa, será sempre o belo. O feio, entretanto, quando vivido e bem contado torna-se muito próximo do belo, sobretudo quando objetivo é transformá-lo, já que no caso em questão, o feio já fora de uma beleza incontestável e indescritível. Foi assim que o jornalista, José Luiz Alves, em seu livro “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino” tenta repintar o quadro das matas fechadas, dos cerrados e seus biomas, transformados nos últimos 80 anos em verdadeiros celeiros na produção de alimentos.
Baseado nesta singularidade em se tratando de uma história viva saída do forno a pouco, “surgiu à ideia de pesquisar e escrever sobre a colonização desta região, que mesmo recheada por altos e baixos, que naturalmente ao longo dos tempos com trabalho, sangue e suor de muitos brasileiros, consolidou-se economicamente”, conforme relata José Luiz Alves. Não é a história pesquisada e medida que frequenta os livros dos historiadores nas escolas e universidades. “É um pedaço da história dos que fizeram a história”, frisa o jornalista.
Para o jornalista, José Luiz Alves, figuras importantes neste contexto amazônico como o marechal Cândido Rondon, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e outros não poderiam passar em branco, oferecendo um testemunho de uma história recente, bonita e por via de consequência, ainda pouco conhecida. Getúlio Vargas, um caudilho, ditador deixou sua marca como um verdadeiro paternalista. Juscelino Kubitschek, político hábil cujo sonho era fazer o Brasil cinquenta anos em cinco. Cândido Rondon, 40 anos antes consolidou sua imagem como um verdadeiro catequizador de índios.
São essas figuras emblemáticas que permeiam o livro de José Luiz Alves, de 1940 a 1964, quando o País vivenciou turbulências políticas que redundaram no golpe militar de 1964, tendo como pano de fundo o maior processo migratório da história do Brasil o então Território Federal de Rondônia. É um texto gostoso de ler, com nuances interessantes que na realidade já deveriam constar da história deste estado.
Paranaenses
A força da mão-de-obra dos colonos paranaenses no processo de desenvolvimento e ocupação de Rondônia remonta a década de 1950, lá no Norte do Paraná quando iniciou pelos ingleses a colonização de Londrina, município que nasceu em homenagem a Londres capital da Inglaterra. Airo Zamoner, editor do livro de José Luiz Alves, é filho de agricultor produtor de café no início da colonização do Paraná.
Como a história da colonização do Brasil é bonita. Antônio Padovani, avô do secretário de Agricultura de Rondônia, Evandro Padovani deixou o interior de São Paulo, lá pela década de 1950 e arribou em direção ao Paraná em busca de terras para produzir. Portanto, diz José Luiz Alves, gaúcho do interior do Rio Grande do Sul, “foi essa mescla de gente de todos os cantos do Brasil que formaram o estado de Rondônia”.
O livro “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino” será lançado na segunda-feira (18) a partir das 19h no Salão Verde do Sebrae, revela o mosaico formado por figuras humanas, não se pode negar com destaque para paranaenses e sulistas, mas gente de outros cantos do Brasil fazem na atualidade da composição de trabalho que toca Rondônia para frente.
Parabéns ao jornalista, José Luiz Alves, resgatando um pouco mais da história de Rondônia, depois de ter escrito "Genocídio no Madeira" vem com mais esta obra literária, resgatando um pouco mais da história deste Estado cheio e riquezas. Li o Genocídio no Madeira e com certeza, vou ler Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino.