Por Rondoniadinamica
Publicada em 02/01/2020 às 09h26
Porto Velho, RO — Samuel Costa Menezes é servidor público ligado à Assembleia Legislativa (ALE/RO), lotado na Secretaria Especial de Enganharia e Arquitetura sob indicação do deputado estadual Jair Montes (Avante). Suas credenciais ele expõe sem ressalvas em seu perfil particular no Facebook.
Crítico contumaz da direita brasileira, especialmente do presidente Jair Bolsonaro, hoje fora do PSL enquanto o trâmite da criação do [partido] Aliança pelo Brasil se desenvolve, Costa volta suas baterias também na direção de quaisquer apoiadores do mandatário-mor da República.
Ele, que já se envolveu em polêmica de cunho político-religioso ao postar montagem de Bolsonaro "matando" Jesus Cristo e comemorando, agora ironiza o incêndio ocorrido na "Estátua da Liberdade" em São Carlos, São Paulo. À ocasião, foi desligado do Gabinete do parlamentar Pastor Alex Silva (PRB), porém, logo em seguida fora "abraçado" por Montes e se menteve firme e forte no Poder.
Ao fazer troça sobre o episódio, Samuel postou foto ao lado de uma dessas edificações lançando a seguinte sátira:
"As estátuas da “liberdade” nas lojas Havan são de plástico e altamente inflamável [sic]. Por favor não coloquem fogo com álcool ou alguma substância inflamável, pois incendeia rapidamente. Conto com a compressão de todos!", veiculou em tom de deboche.
Com isso, chamou a atenção de usuários da região: estes, rapidamente, começaram a capturar a tela com a mensagem e passaram a enviar para os contas de Luciano Hang, proprietário da Havan, ao próprio presidente Bolsonaro, e também às contas da Polícia Federal (PF).
Olavo de Carvalho, denominado pela imprensa nacional como ideólogo do atual governo federal, também distribuiu a postagem satírica a seus seguidores.
O entrevero cibernético seguiu Réveillon afora, e, já no dia 1º de janeiro de 2020, Samuel Costa passou a ser "bombardeado" por mensagens de todo o Brasil, desencadeadas, especialmente, por eleitores de direita e apoiadores do presidente.
Usuário no Twitter responde a postagem no mesmo estilo sugerindo que Samuel seja espancado / Reprodução
Apesar da projeção negativa, o funcionário do Legislativo se diz ativista de esquerda e garante não ter medo das investidas "reacionárias".
Acusado de ter praticado ato de terrorismo ao "incitar", supostamente, as pessoas a atearem fogo em outras estátuas da Havan, ele se defende:
"Foi uma ironia besta levada ao pé da letra, de má-fé, por gente bajuladora e subalterna. Eu não me dobro. Se eu estivesse com esse medo todo que alegam teria apagado as postagens, excluído meu perfil e me escondido debaixo da cama. E não fiz nada disso, está lá para quem quiser ver", relatou ao Rondônia Dinâmica.
Sobre a acusação de ter registrado espécie de contrato de compra e venda de eventual mandato em eleição passada, alegou:
"Em todas as circunstâncias onde faço uma publicação e há reações como essas, a história volta à tona. Eu nunca vendi mandato algum. A hipótese foi descartada pela própria Polícia Federal", asseverou.
Embora não garanta, o homem que deu vazão ao imbróglio nacional com bolsonaristas também não descarta a possibilidade de lançar candidatura à vereança da Capital neste ano de eleição:
"É uma possibilidade", concluiu.