Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 23/05/2020 às 11h02
A preocupação do mundo, hoje, é como combater e controlar o avanço do coronavírus, pandemia que desafia a ciência e a autoridades provocando óbitos e enlutando famílias. Com a pandemia priorizando as ações de governo, principalmente, o futuro fica esquecido, como se fosse o passado.
A expectativa é que de como será, o pós coronavírus, pois como não se consegue uma vacina, para reduzir a velocidade de contaminação a economia favorece a falência comercial, industrial e agrícola e como consequência direta, fomenta o desemprego em larga escola, que é inevitável e já presente em todo país. Rondônia não é diferente.
Hoje já se estima que pelo menos 7 mil pessoas perderam o emprego desde o início do ano. Estimativas, mesmo as mais otimistas indicam que já estamos bem perto de dez mil pessoas desempregadas, número que será elevado, gradativamente, caso não se descubra uma vacina, um antidoto para colocar um freio no avanço da pandemia.
O Porto Velho Shopping, na capital tem mais de 200 lojas. Emprega centenas de pessoas e movimentava, antes do fechamento, por imposição do coronavírus, mais de 700 mil pessoas por mês. Como será o dia-a-dia no shopping, pós coronavírus?
O número de desempregados citados, não estão contabilizados os profissionais liberais, autônomos. Também quem vive de “bicos” oferecendo serviços diretos à população.
Dados do primeiro trimestres deste ano mostram que, dos 809 mil ocupados em Rondônia, 496 mil são empregados (setor privado, serviços domésticos e setor público); 30 mil são empregadores e 244 mil trabalhadores por conta própria. Hoje já existem mais de 10 mil desempregados somente em Porto Velho. A tendência é o número crescer, quando o coronavírus for contido. É uma perspectiva, porque não há vacina para a pandemia.
É difícil prever quando Rondônia, que é a preocupação direta a quem reside no Estado conseguirá controlar a situação e conseguir retomar o crescimento econômico, social e político.
Porto Velho, por enquanto sofre menos com a pandeia, porque tem a maior parte da sua população trabalhadora ligada ao sistema público (União, Estado, município). A crise também chegou à área pública, mas não com a intensidade de outros setores como o profissional liberal, restaurantes e comércio não essenciais, mas necessários.
É importante lembrar, que o sistema público já começa a demonstrar falta de fôlego para suportar a crise. Vários Estados e prefeituras estão tendo dificuldades para poder cumprir compromissos com fornecedores e servidores e, como a arrecadação caiu e continua despencando, a tendência é aumentar a instabilidade no setor, como já ocorre em grande parte no setor privado com dezenas de empresas fechando as portas, falindo.
Se em alguns países e vários estados já se consegue amenizar a ação agressiva da pandemia, não é o caso de Rondônia, que aumentou muito o número de contaminados e óbitos nesta semana. Por isso é necessário programar o futuro, mesmo ele sendo incerto. País, Estados e municípios precisam, mesmo com o delicado momento de árdua luta contra o coronavírus, para se evitar a morte, não se pode ignorar a programação do futuro, sob pena de a ressaca da pandemia fomentar uma crise econômica, social, política mais intensa que a que vivemos, hoje inclusive o aumento de óbitos.