Por José Luiz Alves
Publicada em 09/04/2021 às 09h15
Radicalismo inconseqüente!
Nesta semana circularam pela internet e mostrado pelas TVs, rádios e jornais, os protestos dos produtores de leite no estado de Rondônia, em um gesto nada republicano despejando dezenas de litros do produto fora, em protesto pelo valor de R$ 1,20 pago pelos laticínios, quando que os produtores, nada mais justo reclamem que o litro do produto deveria ser quitado pelas empresas beneficiadoras em R$ 1,60. Vale aqui, até por uma questão de justiça reconhecer o trabalho desenvolvido pelo presidente da Federação de Agricultura de Rondônia (Faperon) Hélio Dias, no papel de mediador nesta queda de braço entre produtores e laticínios.
Já se tornou recorrente no período das águas, em Rondônia os laticínios com excesso de oferta dos produtos reduzirem os valores pagos aos produtores rurais, uma vez que a lei de mercado que regula a compra e venda, atende conforme as demandas. Se existe produto sobrando na época das cheias os valores despencam, no entanto, quando às águas baixa o mercado volta ao seu equilíbrio. Lei de mercado é isso: oferta e consumo.
Todavia, os atos insensatos de jogar o produto fora revelam um claro despreparo do setor produtivo do leite. Neste momento de crise em que milhares de crianças e adultos passam fome despejar a céu aberto, como mostraram os vídeos é no mínimo uma ausência de um gesto humanitário. Para ser prático, na realidade o que inexiste em Rondônia e sobra em outros estados, como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande Sul é organização entre os produtores de leite, que aqui não entendem que brigar com laticínios não é o melhor caminho. Todos vão perder.
Nos estados sulistas, às cooperativas adquirem o produto por um valor padronizado, o ano inteiro venha chuva ou sol. As cooperativas estocam o produto industrializam o excesso comercializando na época certa. O Produtor não perde nada, o sistema cooperativo oferece insumos e linhas de crédito. E tem mais: o leite posto fora em Rondônia pode ser usado para a produção de queijos caseiros, doces e compotas que têm ótima aceitação entre os consumidores. O soro serve para engordar os suínos e alimentar os bezerros.
Afinados no mesmo rumo!
Os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO) e Confúcio Moura (MDB-RO), em entrevistas nesta semana revelaram posicionamentos positivos na defesa do agronegócio em Rondônia. Acir, que preside a Comissão de Agricultura no Congresso Nacional, salientou o trabalho desenvolvido pela Agência Idaron, no combate a febre aftosa permitindo assim que a União Européia, ainda este ano passe adquirir a carne produzida em Rondônia. Defendeu a regularização fundiária e apoio agricultura familiar.
Na mesma linha!
Confúcio Moura mostrou a importância das agroindústrias para a manutenção das famílias no campo, bem como o apoio oferecido aos pequenos e micros empreendedores rurais e urbanos com linhas de crédito oferecidos pelo Banco do Povo. Frisou que o agronegócio, mesmo diante de uma pandemia em Rondônia vem mantendo a economia do estado equilibrada, com as exportações de carne, soja e milho. Confúcio aduziu que o momento é preocupante na área de saúde com a expansão do coronavirus.
Preocupado...!
Salatiel Rodrigues, presidente da Organização das Cooperativas de Rondônia (OCB), não esconde a sua preocupação com as proporções que os movimentos grevistas provocados pelos produtores de leite em Rondônia tomam neste momento de crise. Ele defende o diálogo, a formação de cooperativas para defender os interesses dos produtores rurais. No ponto de vista dele o momento não é de radicalismo, e sim de cada um defender seus interesses de maneira sensata.
Correndo trecho!
O Secretário de Agricultura, Evandro Padovani, aproveita os finais de semana para visitar as regiões produtivas conferindo a produção de grãos com destaque para os pequenos e médios lavoureiros. Nestes contatos, Padovani, inclusive verifica in loco as condições das rodovias vicinais que nestes períodos chuvosos criam dificuldades naquelas áreas mais distantes.
Super safra de grãos
O Instituto Brasileiro Geográfico de Estatística (IBGE) divulgou o último levantamento sobre a produção de grãos relativos à safra de 2021, projetando uma colheita de 264,9 milhões de toneladas, o seja 4,2% superior a safra de 2020, que foi de 254,1 milhões de toneladas. A diferença da safra deste ano para a passada é de 10,7 milhões de toneladas. O campo não pode parar.
Até a próxima
Boa leitura e bom final de semana. Fiz a minha parte, continuarei me protegendo longe das festas, farras e aglomerações, pois, afinal de contas a vida e a verdade são uma só.