Publicada em 07/03/2023 às 09h46
Vinte anos após da invasão norte-americana ao Iraque, que terminou na queda e morte de Sadam Hussein, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, fez uma visita não anunciada a Bagdá nesta terça-feira (7).
Esta é a primeira vez que um membro do alto escalão do governo norte-americano vai ao Iraque nas duas últimas décadas. Na visita, Austin defendeu a permanência de tropas dos Estados Unidos em território iraquiano - atualmente, os EUA têm 2.500 soldados no Iraque, que apoiam tropas locais no combate ao Estado Islâmico.
"As forças dos EUA estão prontas para permanecer no Iraque a convite do governo do Iraque", disse Austin, após se encontrar com o primeiro-ministro iraquiano Mohammed al-Sudani."Os Estados Unidos continuarão a fortalecer e ampliar nossa parceria em apoio à segurança, estabilidade e soberania do Iraque", disse ele.
Austin foi saudado no pouso em Bagdá pelo major-general Matthew McFarlane, comandante dos EUA no Iraque. Espera-se que o secretário de Defesa se encontre com altos funcionários durante sua visita ao Iraque, que abriga centenas de soldados americanos que ajudam na luta contra o grupo militante Estado Islâmico.
Desde a invasão liderada pelos EUA em 2003, que removeu do poder o ditador de longa data Saddam, o Iraque tem sido um ponto de atrito entre os Estados Unidos e o Irã. Teerã expandiu amplamente sua influência no Iraque nos últimos 20 anos.
Apesar da derrota no Iraque em 2017, os militantes do Estado Islâmico e suas células adormecidas ainda realizam ataques no Iraque e também na Síria. O Estado Islâmico matou e feriu dezenas de soldados iraquianos nos últimos meses.
Os Estados Unidos têm instado países ao redor do mundo a repatriar seus cidadãos do campo de al-Hol, no nordeste da Síria, que abriga dezenas de milhares de pessoas, principalmente mulheres e crianças ligadas ao EI. A grande maioria deles são iraquianos e sírios.
O Iraque repatriou mais de 500 mulheres e crianças de al-Hol nas últimas semanas.