Publicada em 18/09/2023 às 14h43
Em uma entrevista concedida ao site "O Varadouro" de Rio Branco, Acre, o professor e pesquisador Artur de Souza Moret, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), discutiu os impactos das hidrelétricas do rio Madeira na população local.
Moret apontou que as hidrelétricas construídas durante os governos Lula I e II trouxeram promessas de energia mais barata e desenvolvimento para a região. No entanto, ele observou que essas promessas não se materializaram como esperado, resultando em custos mais altos para os moradores de Rondônia e do Acre em relação ao consumo de energia.
O pesquisador enfatizou os impactos socioambientais graves causados por esses empreendimentos. Em 2014, as barragens de Jirau e Santo Antônio contribuíram para o transbordamento da BR-364, isolando o Acre do restante do país e prejudicando o acesso a alimentos, combustíveis e gás. Além disso, ele mencionou o deslocamento de comunidades ribeirinhas, resultando em mudanças significativas em seus modos de vida tradicionais.
Moret também expressou preocupações com os novos projetos de grande porte planejados para a região de Rondônia, alertando que eles podem representar um processo adicional de impacto ambiental no rio Madeira e agravar ainda mais as mudanças climáticas.
As mudanças climáticas também foram discutidas na entrevista, com Moret destacando que o aumento das temperaturas está levando a um maior consumo de eletricidade, principalmente em aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores. Além disso, o pesquisador abordou os desafios enfrentados pelo setor elétrico brasileiro, incluindo apagões inexplicáveis e problemas na transmissão de energia.
O pesquisador enfatizou a importância da transição energética como uma solução para os desafios atuais. Ele defendeu a descentralização da geração de eletricidade, a adoção de fontes alternativas renováveis e investimentos na redução de perdas, como medidas cruciais para promover o desenvolvimento sustentável da região.