Publicada em 23/12/2024 às 15h08
Segundo autoridades de saúde de Gaza, oito pessoas, incluindo crianças, foram mortas na Escola Musa Bin Nusayr, que abrigava famílias na Cidade de Gaza. Após mais de um ano de combates no denso território, quase toda a população palestina já se deslocou para fugir de bombardeios ao menos uma vez.
Ataques de Israel na Faixa de Gaza mataram pelo menos 17 pessoas durante a noite, afirmaram médicos do território neste domingo (22), um dia após o Hamas sugerir que um acordo de cessar-fogo na guerra que já matou mais de 45 mil palestinos está "mais próximo do que nunca".
Segundo autoridades de saúde de Gaza, oito pessoas, incluindo crianças, foram mortas na Escola Musa Bin Nusayr, que abrigava famílias na Cidade de Gaza. Após mais de um ano de combates no denso território, quase toda a população palestina já se deslocou para fugir de bombardeios ao menos uma vez.
Em um comunicado, o Exército israelense disse que o ataque visava combatentes do Hamas que operavam de dentro da escola.
O órgão palestino relatou ainda a morte de quatro pessoas após um ataque com drone atingir um veículo civil na Cidade de Gaza e de outras três, ainda não identificadas, vítimas de um bombardeio no leste de Rafah, no sul do território. Também houve ataques em Khan Yunis.
A destruição em Gaza levou o papa Francisco a condenar novamente a campanha militar de Israel neste domingo, um dia após Tel Aviv acusar o pontífice de aplicar um "duplo padrão" por críticas anteriores. "É com dor que penso em Gaza, em tanta crueldade, nas crianças metralhadas, nos bombardeios de escolas e hospitais. Quanta crueldade", disse Francisco ao final da oração dominical do Angelus.
Além de ter feito os ataques, o Exército de Israel pediu que o Hospital Kamal Adwan, na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, fosse esvaziado, segundo o diretor do centro de saúde, Hussam Abu Safiya -uma ordem "quase impossível", segundo o profissional, uma vez que não há ambulâncias para transferir os feridos na devastada região.
Israel, que enfrenta uma acusação de genocídio na Corte Internacional de Justiça, mais conhecida como Corte de Haia, voltou a operar no norte da Faixa de Gaza em outubro. Suas operações nessa região, no entanto, levantam suspeitas de atos de "limpeza étnica" para criar uma zona tampão, segundo palestinos e até mesmo um ex-ministro da Defesa de Israel, Moshe Ya'alon.
Tel Aviv nega as acusações e diz que a campanha na área visava combater os combatentes do Hamas e impedi-los de se reagrupar.
Enquanto isso, mediadores ainda não conseguiram garantir um cessar-fogo entre Israel e Hamas. Fontes próximas às discussões disseram à agência de notícias Reuters na quinta-feira (19) que o Qatar e o Egito conseguiram resolver algumas diferenças entre as partes beligerantes, mas pontos de discordância permaneciam.
Segundo o jornal egípcio Al Ghad, Tel Aviv quer incluir 11 pessoas na primeira leva de reféns libertados em uma possível trégua, mas o grupo terrorista exige mais compensações em troca.
O Estado judeu iniciou seu ataque a Gaza depois que combatentes liderados pelo Hamas atacaram comunidades do sul de Israel no dia 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns. Israel diz que cerca de 100 reféns ainda estão sob custódia, mas não está claro quantos estão vivos.
Autoridades em Gaza, por sua vez, afirmam que Tel Aviv matou mais de 45 mil palestinos e deslocou a maioria da população de 2,3 milhões. Grande parte do território está em ruínas.