
Publicada em 10/12/2024 às 15h35
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, ordenou que militares "retirassem à força" os deputados de dentro do Parlamento durante votação para derrubar a lei marcial, revelou um comandante do exército da Coreia do Sul nesta terça-feira (10).
O comandante Kwak Jong-geun, da unidade de guerra especial do exército sul-coreano, afirmou ter recebido uma ordem direta do presidente Yeol para "retirar os parlamentares à força" durante depoimento perante a Comissão de Defesa Nacional do Parlamento.
"O presidente me ligou diretamente por um telefone seguro, dizendo: 'Parece que o quórum ainda não foi alcançado. Quebrem a porta, entrem rapidamente e retirem à força as pessoas que estão lá dentro'", disse Jong-geun.
O presidente Yeol surpreendeu o país e o mundo ao decretar lei marcial na madrugada de 3 de dezembro, no horário local. A medida restringe direitos e liberdades civis e sua adoção foi duramente criticada pela oposição e pela população.
A lei foi derrubada em poucas horas pelo Parlamento sul-coreano, que realizou sessão emergencial à revelia das forças da lei marcial, que tinham instruções para fechar a casa legislativa. O presidente sobreviveu a uma votação de impeachment no final de semana passado, quando seu partido abandonou a votação. (Leia mais abaixo)
O presidente foi proibido pela Justiça sul-coreana de sair do país e é alvo de investigações por traição.
Crise política e governo impopular: o que levou o presidente da Coreia do Sul a decretar lei marcial
Votação de impeachment
O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol sobreviveu a uma votação de impeachment no Parlamento do país no último final de semana, em um esforço liderado pela oposição. Yeol não caiu porque a maioria dos parlamentares de seu partido boicotar a votação.
Segundo a oposição, ocorreu um boicote, já que o presidente só poderia ser retirado do cargo caso 2/3 do parlamento votasse a favor do impeachment — são 200 de seus 300 membros. Os partidos de oposição que apresentaram a moção de impeachment têm 192 assentos. Eles precisariam de pelo menos oito votos adicionais do Partido do Poder Popular.
