EDITORIAL Coronel Chrisóstomo: patriotismo seletivo e submissão aos interesses de Trump Publicada em 01/02/2025 às 09:55 Porto Velho, RO – No mais recente episódio de subserviência ideológica aos Estados Unidos, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) voltou a demonstrar sua vassalagem ao presidente norte-americano Donald Trump. Em suas redes sociais, o parlamentar reagiu com escárnio à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou que o Brasil adotará reciprocidade caso os Estados Unidos decidam impor tarifas sobre produtos brasileiros. Enquanto Lula enfatizou que "se Trump taxar o Brasil, o Brasil taxa os EUA", Chrisóstomo preferiu ironizar: "Será que este senhor bateu com a cabeça para querer taxar os EUA???". LEIA TAMBÉM: Chrisóstomo ameaça usar medidas judiciais contra quem divulgar informações “irresponsáveis” sobre sua viagem aos EUA E AINDA: Coronel Chrisóstomo, o grande defensor da liberdade de expressão... dele mesmo A publicação do deputado ocorre em meio à ameaça explícita de Trump, recém-empossado, de impor tarifas de 100% sobre produtos brasileiros, como forma de retaliação ao plano do BRICS de criar uma moeda própria para o comércio internacional. O republicano já impôs sanções de 25% ao Canadá e ao México e agora direciona sua política protecionista ao Brasil. A resposta do governo brasileiro foi direta e pragmática: qualquer taxação será respondida à altura. Contudo, em vez de questionar a postura agressiva do presidente norte-americano, Chrisóstomo se limitou a atacar a reação do Brasil, adotando uma postura que coloca em xeque sua alegada defesa dos interesses nacionais. Um patriota de ocasião O silêncio de Chrisóstomo em relação à ameaça econômica vinda de Washington não é um fato isolado. Em diversas ocasiões, o deputado se apresentou como um ferrenho defensor do Brasil, vestindo-se com as cores da bandeira e usando um discurso nacionalista para mobilizar sua base. No entanto, quando o ataque parte de um aliado ideológico, esse patriotismo desaparece. Mais do que omissão, Chrisóstomo agiu como um verdadeiro porta-voz dos interesses norte-americanos, ao celebrar em um grupo de WhatsApp as ameaças de sanções aventadas por Trump: "Trump vai partir pra cima do Brasil com sanções", disse, sem demonstrar qualquer preocupação com os impactos dessa política para a economia nacional. Esse comportamento levanta uma questão essencial: para quem trabalha Coronel Chrisóstomo? Como representante eleito pelo estado de Rondônia, espera-se que ele defenda os interesses dos cidadãos que o elegeram. No entanto, sua reação sugere que a prioridade está em agradar uma liderança estrangeira, mesmo que isso signifique prejudicar sua própria nação. Liberdade de expressão para os aliados, censura para os críticos Essa não é a primeira vez que Coronel Chrisóstomo se contradiz publicamente. O Rondônia Dinâmica já abordou em outra ocasião a hipocrisia do deputado em relação à liberdade de expressão. Enquanto se posiciona como um defensor ferrenho desse princípio para si e seus aliados, ele já tentou censurar judicialmente este site. Naquele episódio, Chrisóstomo acionou a Justiça para tentar silenciar o Rondônia Dinâmica, em um caso que restou derrotado nos tribunais. Mais recentemente, ao criticar jornalistas e ameaçar medidas judiciais contra aqueles que questionam sua presença na posse de Trump, ele reafirma sua postura de censura seletiva. Se, para ele, a liberdade de expressão é um direito absoluto quando se trata de espalhar desinformação e atacar adversários, o mesmo princípio não parece valer quando o questionamento se volta contra sua própria conduta. Sua disposição em processar críticos e, ao mesmo tempo, exaltar um governo estrangeiro que pretende prejudicar economicamente o Brasil é um claro exemplo de seu duplo padrão. Oposição não significa torcer contra o país A existência de uma oposição forte e combativa é essencial para qualquer democracia. No entanto, há uma diferença substancial entre criticar políticas públicas e torcer contra o próprio país. O comportamento de Chrisóstomo beira o sabotamento, pois sua crítica não é direcionada ao problema real – as sanções ameaçadas por Trump –, mas sim à resposta do Brasil diante dessa situação. Para ele, o erro não está no ataque dos Estados Unidos, mas na disposição do governo brasileiro em reagir. Essa mentalidade coloca o Brasil em uma posição submissa e enfraquece sua capacidade de negociação no cenário internacional. Em vez de defender os interesses nacionais, Chrisóstomo age como se fosse um representante político de Washington, não de Rondônia. Seu alinhamento irrestrito com Trump o impede de reconhecer os danos que essa postura pode causar ao país, evidenciando que seu compromisso não está com a população brasileira, mas sim com uma agenda ideológica importada dos Estados Unidos. Rondônia merece mais Os eleitores rondonienses merecem um parlamentar que trabalhe para melhorar a vida da população local, não um político cuja maior preocupação é demonstrar lealdade cega a um líder estrangeiro. Enquanto outros estados buscam representantes que defendam seus interesses, Rondônia se vê refém de um deputado que se orgulha de vibrar contra o Brasil. A atuação inócua de Chrisóstomo dentro do Congresso Nacional já era motivo de preocupação, mas seu entusiasmo com a possibilidade de sanções contra o próprio país expõe um problema ainda maior: sua completa falta de compromisso com a soberania nacional. Se há algo a lamentar, é que Rondônia, um estado que precisa de desenvolvimento, empregos e investimentos, esteja representado por um parlamentar mais preocupado em ser um subalterno de Donald Trump do que em buscar soluções reais para os desafios enfrentados pela população. Chrisóstomo não é apenas um problema para Rondônia. Ele é um sintoma da tragédia de ter representantes que, em nome de uma ideologia, trabalham contra os interesses do próprio Brasil. Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Coronel Chrisóstomo: patriotismo seletivo e submissão aos interesses de Trump Chrisóstomo critica decisão que cassou Zambelli e afirma que direita está sendo perseguida Rondônia é um dos estados com mais ações por desmatamento, mas indenizações não são pagas Nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Rondônia toma posse nesta segunda, 3 Proposta cassação de vereador, Banda do Vai Quem Quer reúne a imprensa, o confuso e violento trânsito da Capital Twitter Facebook instagram pinterest