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EDITORIAL

Bolsonaro pode empurrar Marcos Rogério ao abismo eleitoral em 2026

Publicada em 16/08/2025 às 09:05

Porto Velho, RO – A decisão de Jair Bolsonaro de “sugerir” que Marcos Rogério abandone o projeto de disputar o governo de Rondônia para buscar a reeleição ao Senado pode ter um efeito colateral indesejado para o senador do PL. Mais do que um reposicionamento estratégico, essa imposição pode colocá-lo numa corrida repleta de armadilhas eleitorais — e que, segundo cálculos bem conhecidos nos bastidores, pode acabar lhe custando o mandato.

O cenário projetado pelo jornalista Robson Oliveira na Coluna Resenha Política não é nada animador para Rogério. Em 2026, Rondônia terá duas cadeiras em disputa no Senado. Uma delas pode acabar nas mãos do atual senador Confúcio Moura (MDB), que, mesmo sabendo do desgaste com o eleitorado conservador, mantém fidelidade absoluta ao governo Lula. Moura aposta que, se conquistar o voto dos cerca de 25% de eleitores lulistas no estado, já se colocará no páreo — e com a pulverização dos candidatos bolsonaristas, a segunda vaga fica aberta, mas disputada à unha.

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E essa pulverização não é hipótese remota. O campo da direita já conta com nomes dispostos a entrar na corrida: o pecuarista de Ji-Paraná Bruno Scheid, também do PL, é um neófito na política e seu grande trunfo hoje é a suposta proximidade com Bolsonaro. Ainda não foi testado nas urnas, mas nunca se sabe, especialmente em um estado de forte inclinação bolsonarista. Há também a deputada federal Sílvia Cristina (PP), com trabalho reconhecido em todo o estado, especialmente na área da saúde; o deputado estadual Delegado Rodrigo Camargo (Republicanos), que ventila-se nos bastidores poder migrar para o Podemos e disputar o Senado com forte respaldo em pautas conservadoras; e o atual governador Marcos Rocha (União Brasil), que, após dois mandatos e tendo derrotado Rogério nas últimas eleições para o governo, entraria na disputa com a máquina estadual a seu favor.

Para agravar a situação, Marcos Rogério não poderá contar com o apoio explícito de Bolsonaro na propaganda eleitoral — não apenas pelas restrições legais, mas também pelo fato de o ex-presidente estar atualmente em prisão domiciliar, com o julgamento por tentativa de golpe de Estado se aproximando e com grandes possibilidades de condenação. A presença física e política de Bolsonaro na campanha tende a ser reduzida, limitando o potencial de transferência de votos que foi crucial para Rogério no passado.

Além disso, Rogério já enfrenta problemas jurídicos: ele e Bolsonaro foram alvos de representação do Ministério Público Eleitoral por propaganda antecipada, após participarem de uma motociata exibindo símbolos e número de campanha. Esse desgaste pode resultar em multas e sanções, aumentando a vulnerabilidade de sua candidatura.

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O histórico recente também joga peso nessa equação. Em 2022, Rogério enfrentou Marcos Rocha na disputa pelo governo e foi derrotado, mesmo com o aval de Bolsonaro. Desde então, o cenário político mudou: o bolsonarismo continua forte no estado, mas está fragmentado. Sem um líder presente para arbitrar conflitos e unificar candidaturas, a tendência é que os votos conservadores se dividam ainda mais.

Essa derrota anterior, somada ao fato de ter perdido mesmo com Bolsonaro em plena atividade, mostra que a dependência exclusiva da transferência de votos do ex-presidente pode não ser suficiente em 2026. E a situação se agrava porque o próprio Rogério declarou recentemente que considera uma eleição sem Bolsonaro como um “golpe à democracia”, reforçando sua total dependência simbólica da figura do ex-presidente. Se Bolsonaro não puder atuar com força ou se for condenado, esse vínculo pode se transformar em armadilha política.

Há, é claro, um contraponto possível: como o eleitor poderá votar em dois nomes para o Senado, a direita, se conseguir se organizar, poderia abocanhar as duas vagas. Em tese, seria uma vitória expressiva contra a esquerda e o centro. Mas, na prática, a quantidade de postulantes competitivos no mesmo campo ideológico torna o risco de dispersão elevado — e, nesse cenário, a matemática eleitoral pode favorecer justamente aquele que Bolsonaro e sua base menos gostariam de ver reeleito: Confúcio Moura.

No tabuleiro nacional, essa disputa pode se tornar um termômetro do fôlego do bolsonarismo no pós-Bolsonaro. Uma eventual derrota de Marcos Rogério enfraqueceria o PL no Senado e teria repercussão direta em Brasília, abrindo espaço para rearranjos políticos e alianças inesperadas. E como o jogo ainda está em aberto até 2026, tudo pode mudar: desistências estratégicas, candidaturas de última hora ou até articulações para “salvar” o campo conservador.

O que torna tudo ainda mais curioso é que, em entrevista recente, o próprio Marcos Rogério afirmou que aparece “em primeiro lugar em todas as pesquisas” para o governo de Rondônia em 2026. Ou seja, ao seguir a estratégia imposta por Bolsonaro, ele pode estar deixando de lado uma disputa onde lidera para entrar numa corrida repleta de incertezas — e com grandes chances de terminar sem mandato algum.

Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica

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