Por Rondoniadinamica
Publicada em 23/05/2019 às 10h54
Porto Velho, RO – O ex-ministro da Fazenda dos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, Guido Mantega, que ocupou a pasta de 2006 a 2015, foi confrontado na última quarta-feira (22) pelo deputado federal de Rondônia Coronel Chrisóstomo (PSL).
O embate ocorreu durante sessão relacionada à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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Resumidamente, Chrisóstomo quis saber de Mantega se houve “rolo” no BNDES.
Em determinado momento, o militar liberal se apegou a documentos onde são expostos números acerca do saneamento básico em Rondônia.
“Menos de 5% do saneamento básico foi feito no meu estado. E tem dados aqui de água potável [dando conta de que] tem gente que não sabe o que é cano. Muitos desses recursos [enviados ao exterior] poderiam ser utilizados [para sanar o problema]”.
O deputado disse a Mantega que o dinheiro na época dele foi destinado a países totalitários, socialistas, e “que matam o seu próprio povo”.
“Hoje o senhor faria isso novamente? E por que o senhor fez naquela oportunidade, quando nós temos esses índices horríveis em relação ao saneamento básico?”.
Por fim, Chrisóstomo quis saber se o ex-ministro da Fazenda agia em nome de algum partido a fim de atender “famílias que se tornaram bilionárias com o dinheiro do povo” apontando como exemplo, neste último caso, o empresário Joesley Batista, “que é seu amigo”.
“O senhor atendia a vontades partidárias? Era a vontade do chefe maior [refere-se a Lula]? Responda para o povo, por favor!”.
As respostas do ex-ministro
“Senhor deputado, vou responder de forma tão direta quanto o senhor me colocou aqui. Havia roubo? Eu não sei. Não presenciei nenhum roubo no BNDES. Não posso afirmar mais do que isso”, declarou Mantega.
Ele disse, em seguida, que não agiu em nome da participação de movimentos ou partidos.
“Eu sempre agi em favor do poder público! E a última questão, a mais importante que o senhor coloca aqui, a dificuldade de Rondônia, a situação delicada, precária de Rondônia, e do Brasil, quero dizer o seguinte: na época em que fui ministro da Fazenda, o Brasil melhorou muito”.
Guido Mantega disse a Chrisóstomo que poderia entregar dados ao deputado comprovando suas alegações.
Adiante, asseverou:
“As regiões que mais cresceram são Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Cresceram mais que o Sul e o Sudeste. Isso é estatística: a pobreza diminuiu. Portanto, os trabalhadores foram amparados, havia comida nos pratos. O Bolsa Família permitia que as crianças estudassem”.
E concluiu:
“Eu me sinto com a consciência limpa porque, o que fizemos nesse período, foi a favor dos mais necessitados. [...] Nós nunca fomos contra os capitalistas ou fomos comunistas. Isso não tem nada a ver. Nós queríamos que todo mundo crescesse. [...] E nós conseguimos durante um período, [mas] agora está voltando tudo para trás”, sacramentou fazendo crítica velada ao governo Jair Bolsonaro, correligionário de Chrisóstomo.
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