Por Rondoniadinamica
Publicada em 29/06/2019 às 10h40
Porto Velho, RO – Na política é assim: quando determinado candidato ascende ao cargo eletivo, via de regra, já está pensando no próximo. É o caso do deputado estadual Eyder Brasil, do PSL, líder do governo Marcos Rocha, do mesmo partido, na Assembleia Legislativa (ALE/RO).
Brasil é um dos novatos carregados pela onda bolsonarista que impulsionou muita gente até então desconhecida do grande público. A estratégia de campanha era muito simples, mas eficaz: santinhos elencavam homens e mulheres de confiança do então deputado federal Jair Bolsonaro, hoje presidente da República.
Além disso, exposições de ideias conservadoras atreladas aos chavões do maior expoente da legenda liberal encerravam a receita com chave de ouro.
Na sombra do capitão, o sargento foi eleito com 9.076 votos, desancando veteranos da política regional como Rosângela Donadon (PDT) e os ex-vereadores de Porto Velho Jair Montes, do PTC, e Marcelo Cruz, do PTB.
Ocorre que a fórmula do arrastão messiânico funciona, claro, mas não tende a se repetir mesmo que o presidente mantenha incólume sua popularidade. Isso porque a população começa a enxergar essas figuras políticas com olhar singular; se antes eram os candidatos do Bolsonaro, agora todos eles têm nome e sobrenome. Em suma, a estratégia, pensada ou não, serve, sim, para eleger pessoas, porém não para mantê-las no poder.
De fato, o bolsonarismo continua em voga nestas plagas rondonienses; por outro lado, a gestão Marcos Rocha demorou para ajustar-se aos membros do Legislativo.
Agora alinhados, os Poderes estendem o a tapete para que a Administração Pública comece a fluir de maneira objetiva, sem maiores entraves. Parte dessa convergência tem a ver com o pedido de impeachment apresentado pelo advogado Caetano Neto. Rocha teve de descer do salto para começar a governar de maneira quase irrestrita.
E se Eyder Brasil for mesmo candidato à Prefeitura de Porto Velho em 2020, a postulação do sargento será o melhor termômetro para aferir a performance de Marcos Rocha na Capital. Aliás, até por questões de ligações partidárias, o deputado estadual precisa fazer figas desde já para que o correligionário seja, no mínimo, um bom governador.
Eyder pode representar a fatia do eleitorado que faltou a Marcos Rocha em 2018, especialmente no primeiro turno; Rocha, por sua vez, deve, dependendo de sua performance, como já mencionado, levar o nome do sargento às cidades do interior também.
É uma relação política mutualista, que hoje independe da figura do presidente Jair Bolsonaro.