Por Robson Oliveira
Publicada em 09/07/2019 às 16h57
ROBSON OLIVEIRA
REVOADA – O Democratas, partido presidido em Rondônia pelo senador Marcos Rogério, está preparando um evento para filiar vários prefeitos dos mais diferentes partidos. PP e PMDB deverão ser as legendas vítimas dessa revoada. O senador, embora tenha se revelado um político de um ego superlativo e pouco afeito ao companheirismo, articula de forma consistente para sair das eleições municipais com musculatura anabolizada visando o palácio Rio Madeira.
PAU – Nos bastidores é cada vez mais forte o zunzunzum de que aquela operação ‘pau oco” vai transformar a reputação de muita gente do mundo político e empresarial em cinzas. Quando a operação foi desencadeada não faltaram as gritarias de que era um factóide com objetivos meramente políticos, enquanto esta coluna registrava os fatos em sentido contrário. Quem acompanha os bastidores políticos já percebeu que a extensão dessa operação cruzou fronteiras inimagináveis e o pau que era oco vai deixar marcas profundas em muita gente.
DEVASTAÇÃO – Com a posse dos novos governantes (aqui e em Brasília) o agronegócio comemorou efusivamente acreditando que as restrições legais existentes contra a depredação do meio ambiente iriam cair todas. Ledo engano, visto que o país é signatário de vários tratados internacionais que restringem o avanço voraz do agronegócio sobre os mananciais ecológicos. Há setores – em todas as áreas - que equivocadamente bradam violentamente contra a atuação dos órgãos ambientais sem perceber que este setor (agronegócio) cria pouquíssimos postos de trabalho, mas geram problemas sociais incomensuráveis.
AGIOTAGEM – Quando o mundo político não hesita em se misturar com a delinquência da agiotagem, e não consegue separar uma atividade da outra, é sinal de um final tenebroso para quem exerce mandato eletivo. Na boca miúda alguns estertores da política estadual estão atolados em dívidas com agiotas e tentam quitar seus débitos de forma nada convencional. Forma esta que vai provocar ainda muito barulho.
AMISTOSOS – Depois de três anos de animosidade o deputado federal Léo Moraes e o ex-senador Expedito Junior voltaram a se cumprimentar de forma afável. Durante o voo entre Porto Velho e Brasília, segunda-feira (8), os dois, que sentaram em poltronas coladas, conversaram civilizadamente sobre vários temas, em particular as eleições municipais de 2020. Deram boas gargalhadas e relembraram várias passagens pitorescas da política estadual, embora não tenham sinalizado convergência entre os partidos quanto às candidaturas dos respectivos partidos para o próximo ano.
IMPESSOALIDADE – Um dos princípios comezinhos da administração pública é o da impessoalidade que, em sua gênese, estabelece o dever de imparcialidade na defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função administrativa. Além do mais, possui outro aspecto importante, a atuação dos agentes públicos é imputada ao Estado, portanto, as realizações não devem ser atribuídas à pessoa física do agente público, mas à pessoa jurídica estatal a que estiver ligado. Tal princípio, ao que parece, não serve para impor limites aos vereadores de Porto velho.
VETO – Os vereadores da capital, na contramão constitucional, acabaram de derrubar um veto do prefeito que suspendia uma lei aprovada pela edilidade que afronta totalmente a impessoalidade. Pela nova lei, em vigência após a derrubada do veto, a prefeitura fica obrigada a colocar os nomes dos vereadores nas inaugurações de obras públicas em que os recursos sejam oriundos de emendas da edilidade.
PREVIDÊNCIA – O resultado da pesquisa apontando pela primeira vez um apoio razoável dos pesquisados à Reforma da Previdência, anunciado hoje (9), pela Folha de S. Paulo, era o empurrão que o Governo Federal esperava para ampliar o número de deputados federais favoráveis ao projeto. Os mais céticos dirão que os dados estão manipulados e foram anunciados exatamente na data mais favorável aos governistas. Os defensores da proposta comemoram os percentuais, haja vista que é um tema impopular e que provoca muita controvérsia junto aos servidores públicos.
PRIVILÉGIOS – Mesmo entre as pessoas pesquisadas e que responderam a favor da reforma, poucas saberão responder com exatidão quais as perdas que sofrerão quando o projeto virar lei. Os que sabem quais mudanças serão aprovadas jamais reconhecerão a importância da reforma previdenciária. O problema é que nem todos os privilégios serão cortados, a exemplo dos membros da segurança pública. A conta recairá novamente nas costas do andar de baixo.
UNICIDADE – Mesmo o estado teoricamente considerado uno, a reforma que tramita na Câmara Federal, ao retirar os estados e municípios, comete uma atrocidade monumental porque empurra com a barriga um problema que termina na conta da União. Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas, todos quebrados financeiramente, são exemplos de que este problema é nacional e exige do parlamento nacional uma definição única.