Por Agência Brasil
Publicada em 21/08/2020 às 11h20
"ATurquia fez no mar Negro a maior descoberta de gás natural da sua história", declarou Erdogan num discurso em Istambul, referindo que se estima que as reservas atinjam em 320.000 milhões de metros cúbicos.
Embora não tenha precisado a localização da bolsa de gás, os dados da posição no navio de prospeção "Fatih" situam-no nas águas profundas no oeste do mar Negro, 200 quilómetros a norte da costa turca e a 250 quilómetros da búlgara e também da Crimeia, bem como próximo do local onde a Roménia também descobriu reservas recentemente.
Se se confirmar o volume de gás anunciado por Erdogan, o depósito, entretanto batizado como "Sakarya", será um dos maiores da região e multiplicará por várias vezes as reservas turcas conhecidas.
Desde 2007 que a Turquia explora as zonas de Akcokoca e Ayazli, no mar Negro, 170 quilómetros e leste de Istambul.
Erdogan acrescentou que a Turquia irá continuar a investir nas prospeções no Mediterrâneo Oriental e que se está a preparar o envio de um terceiro navio.
A prospeção de gás no Mediterrâneo Oriental provocou um conflito entre a Turquia, de um lado, e a Grécia e o Chipre, do outro, e, por extensão, a União Europeia (UE), dado que os três países disputam os direitos de exploração de hidrocarbonetos nas mesmas águas.
A descoberta turca de gás natural vai diminuir ou acabar com a atual dependência do Irão, Iraque e Rússia, com os inerentes ganhos económicos.
Em 2019, a importação de energia custou aos cofres turcos 41.000 milhões de dólares (34.650 milhões de euros).
No mês em curso, a lira turca caiu para mínimos históricos, alimentada pela alta inflação, provocando um grande défice das contas correntes e a pressão do governo turco por crédito barato para impulsionar uma economia que já era frágil antes da pandemia de covid-19.
A moeda turca, contudo, começou a recuperar de algumas perdas após as notícias da descoberta dos depósitos de gás.