Por G1
Publicada em 20/10/2020 às 14h57
A polícia dinamarquesa deteve, nesta terça-feira (20), o assassino da jornalista sueca Kim Wall, morta em 2017 enquanto fazia uma reportagem dentro de um submarino amador. Peter Madsen tentava fugir do presídio de Albertslung, a 15 km de Copenhague, onde cumpria prisão perpétua.
O inspetor de polícia, Mogens Lauridsen, disse em entrevista coletiva que Madsen ficou "apenas poucos minutos" em fuga, e que foi encurralado pelos agentes a menos de meio quilômetro da prisão.
O fugitivo dizia carregar um colete de explosivos e o esquadrão anti-bombas chegou a ser acionado, mas a ameaça era falsa, segundo a autoridade policial.
Uma reportagem do tabloide "Ekstra Bladet" disse que o fugitivo escapou depois de ameaçar uma psicóloga da instituição com um objeto parecido com uma pistola. De acordo com a publicação, ele já havia sido colocado em isolamento antes por suspeitas de orquestrar um plano de fuga.
A administradora do presídio, Hanne Høegh, confirmou que Madsen ameaçou um funcionário da instituição durante a tentativa de fuga. Segundo ela, ninguém foi ferido.
Relembre o caso
Madsen, de 48 anos, foi condenado à prisão perpétua por assassinato, profanação de cadáver e agressão sexual. Durante o julgamento, ele negou ter matado a jornalista, mas admitiu ter mutilado o corpo e jogado ao mar. O crime aconteceu em 2017.
No início das investigações, Madsen dizia que a jornalista havia morrido acidentalmente depois que uma escotilha de 70 kg caiu sobre a sua cabeça, mas negava ter mutilado o cadáver.
A necropsia não permitiu determinar as causas da morte de Kim Wall. Partes do corpo da jornalista foram encontradas em diferentes lugares da Baía de Køge, que separa a Dinamarca da Suécia.
Entrevista no submarino
Em 10 de agosto, Madsen embarcou com Wall no "UC3 Nautilus", submarino que ele mesmo projetou. A jornalista freelancer, de 30 anos, queria fazer um perfil deste engenheiro autodidata.
Madsen foi socorrido após o naufrágio de sua embarcação, que depois admitiu ter afundado intencionalmente.
Após uma intensa busca no mar, o tronco decapitado e amputado de Kim Wall foi encontrado na Baía de Køge.
Pouco tempo depois, a polícia anunciou ter encontrado a cabeça e as pernas da jornalista nas mesmas águas.
No disco rígido do computador de seu laboratório foram encontrados filmes fetichistas em que mulheres são torturadas, decapitadas e queimadas.