Publicada em 18/01/2023 às 15h09
Aos amantes do Carnaval, a diretoria da Banda do Vai Quem Quer faz um lembrete: Falta exatamente um mês para o desfile daquele que se tornou o mais tradicional e maior bloco de Carnaval de rua da região Norte do Brasil. A presidente da BVQQ, Siça Andrade já intensifica as atividades na correria com a burocracia, taxas, seguranças, banda da Banda, para que tudo saia nos conformes.
“A BVQQ é um patrimônio cultural do Estado e Município! Se trata de um evento aberto ao público e de forma gratuita. Temos uma enorme demanda na logística para atender todos os foliões (pagantes ou não). Com muito trabalho e uma equipe pequena conseguimos levar pra avenida. É com a ajuda de amigos e parceiros que conseguimos pagar as despesas. Trabalho muito grande, mas feito com amor, mesmo que ainda alguns não entendam a importância que é manter a cultura tradicional do maior bloco”, destacou a presidente Siça Andrade.
DESFILE
O desfile acontece as 17h, com concentração a partir do meio dia na Praça das Três Caixas Dàgua, seguindo pelas avenidas Carlos Gomes, Joaquim Nabuco e 7 de Setembro. As camisas, para quem quiser ficar do cordão de isolamento, que dá acesso ao bloco, estão custando, R$70, cada.
HISTÓRIA DA BANDA, POR SILVIO SANTOS
Era um sábado, janeiro de 81. No Bar do Casimiro discutiam acaloradamente: Manoel Mendonça – Manelão -, Narciso Freire, Antônio Edson – Neném -, Silvio Santos, Paulo Queiroz, Evamar Mesquita, Emil Gorayeb Filho – Emilzinho -, Claudio Carvalho, Eliana e Lica (as únicas mulheres). O motivo era o não pagamento das despesas da Corte do Rei Momo, Manelão 1º & Único, no carnaval de 1.980, por parte da Comissão de Carnaval da Prefeitura de Porto Velho. O tom elevado da discussão atrapalhava o atendimento no Bar, o que levou Casimiro a expulsar os carnavalescos. Dirigiram-se todos então, ao Bar Chopão, que ficava na esquinas das ruas José Bonifácio e Duque de Caxias.
Retomados os debates, Emilzinho sugeriu: “Por que não criar uma banda nos molde da Banda de Ipanema do Rio de Janeiro?” Ideia imediata e unanimemente aceita. Nova discussão acalorada, agora para escolher o nome da Banda. Naquela altura, Manelão já cansado de tanta discussão dormia na cadeira, em virtude do consumo muitas garrafas de pinga, uísque e cerveja. Mais uma vez Emilzinho pontificou: “Se queremos fazer um carnaval para todo mundo se divertir de verdade, sem a preocupação de desfile oficial, organizadinho, acho que devemos chamá-la Banda do Só Vai Quem Quer”. Mais uma vez, todos aprovaram, e somente após mais algumas horas de muita cachaça e cerveja, a turma resolveu que já era hora de cada um tomar seu rumo.
Terça-feira o jornal O Guaporé publicou a seguinte Manchete: Porto Velho Vai ter sua Banda – e na linha de apoio – Empresário Manelão do Chaveiro Gold assume coordenação da Banda do Só Vai Quem Quer. Ao ler a matéria Manelão se apavorou e para preservar o nome da sua empresa “Chaveiro Gold” resolveu assumir a confecção das camisetas que foram feitas numa fábrica da cidade de Campinas em São Paulo.
Apenas 500 camisetas foram colocadas à venda no primeiro desfile da Banda. A arte das camisetas foi uma criação do artista plástico e arquiteto João Otávio Pinto.
Narciso Freira um dos maiores incentivadores da Banda, como chefe do Silvio Santos no Cartório de Imóveis o intimou a compor a marchinha “Hino da Banda” (chegou a Banda, a Banda, a Banda. A Banda do Vai Quem Quer…) que foi gravada apenas em 1984 pelo cantor Babá.
A Banda do Vai Quem Quer que saiu do Chopão em seu primeiro ano com apenas 500 foliões retornou com aproximadamente 5 MIL. Hoje leva todo sábado de carnaval pelas ruas da cidade, mais de 100 MIL foliões.
Quem comanda a Banda do Vai Quem Quer em 2019 é a filha do General Manelão Sicilia Andrade, a Siça.
Manelão faleceu dia 28 de fevereiro de 2011 em Porto Velho.