Publicada em 16/05/2023 às 09h00
Um estudo elaborado pela Federação de Agricultura e Pecuária de Rondônia (FAPERON), revela que nas safras 2018/2019 a 2023 a produção de soja e milho cresceu neste estado acima de 16,7% com os dois produtos alcançando uma safra recorde com 1,7 milhão de tonelada cada. No entanto, os números deixam claro que enquanto a soja e o milho crescem nas áreas cultivadas de maneira acelerada o setor responsável pela infraestrutura, transporte, armazenamento, portuário e rodoviário permaneceu empacado, em zero, ameaçando de um colapso até o final do ano a colheita que ainda está na metade com uma projeção para atingir acima de dois milhões de toneladas.
Em estados gigantes na produção de grãos como Mato Grosso e Goiás, entre outros, a colheita também permanece um pouco acima ou abaixo, dos 50% pelos mesmos motivo ausência de armazenamento, em algumas propriedades os grãos de soja e milho safrinha brotando ou apodrecendo na lavoura. Muitos lavoureiros estão ensacando a produção e estocando protegida por lonas a campo aberto como se fazia antigamente.
A BR 364 no trecho que se compreende entre o Noroeste de Mato Grosso, numa distância superior a mil quilômetros até o sistema portuário na capital no Rio Madeira as informações não são divergentes. Os perrengues e arranca-rabos com prejuízos para empresários e caminhoneiros pela falta de sinalização nas curvas, crateras e laterais da pista é uma empreitada antiga.
Não há recurso para recuperação
Segundo Hélio Dias, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária (FAPERON), municiado com números e documentos, vem alertando as lideranças ruralistas, principalmente no Congresso Nacional sobre a possibilidade do caos que se aproxima colocando a perder até o final do ano uma vasta safra de alimentos. Para ele, o produtor rural que já está descapitalizado necessita de financiamentos dos bancos oficiais para salvar o que ainda restará até o final do ano. No entanto, o sistema financeiro oficial exige outras garantias reais, além dos juros de 14% dificultando novos negócios.
O momento delicado que o agronegócio e a economia atravessam, não é culpa deste ou daquele governo, isso vem se acumulando ao longo dos tempos tornando-se um fator conjuntural com tantas peças não encontrando espaços para se adequar.