PROJETO DE LEI Governo anuncia projetos de lei para endurecer combate a crimes contra democracia Publicada em 21/07/2023 às 16:28 O governo federal anunciou nesta sexta-feira (21) dois projetos de lei que pretendem endurecer o combate a crimes contra a democracia. Os textos foram assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em cerimônia no Palácio do Planalto. As duas propostas, chamadas de "Pacote da Democracia", preveem aumento de penas e a adoção de sanções financeiras a suspeitos de crimes do tipo (veja detalhes abaixo). Os projetos estão incluídos no Programa de Ações na Segurança (PAS), lançado pelo governo nesta sexta. O pacote inclui ainda um novo decreto de regulamentação de armas de fogo, medidas contra violência nas escolas e antecipação do repasse de recursos aos estados para ações na área. As propostas para endurecer o combate a crimes contra a democracia não tinham sido divulgadas na íntegra até a última atualização desta reportagem. Os textos serão enviados para análise do Congresso Nacional. Os projetos ganharam impulso após os atos golpistas de 8 de janeiro, quando radicais aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram a depredaram as sedes dos três poderes, em Brasília. O governo afirma que os atos de 8 de janeiro "que culminaram em gravíssimos danos contra os Poderes do Estado e ao patrimônio público, demonstraram que o tratamento penal aos crimes contra o Estado Democrático de Direito precisa ser mais severo a fim de que sejam assegurados o livre exercício dos Poderes e das instituições democráticas, o funcionamento regular dos serviços públicos essenciais e a própria soberania nacional". Até o início de julho, o Supremo Tribunal Federal (STF) já tinha tornado 1.290 pessoas réus por envolvimento nos ataques. Além disso, seis meses após os atos, cerca de 250 pessoas continuavam presas. Segundo o Executivo, com os projetos de lei, "espera-se fortalecer tanto a finalidade retributiva da pena (repressão proporcional à gravidade do ilícito penal), quanto o caráter preventivo, reforçando seu poder intimidativo sobre os destinatários da norma, bem como reafirmando a existência e eficiência do direito penal brasileiro". Endurecimento de penas e sanções Segundo o governo, um dos projetos de lei altera o Código Penal, para dispor sobre as causas de aumento de pena aplicáveis aos crimes contra o Estado Democrático de Direito. O texto prevê penas de reclusão: De 6 a 12 anos para quem organizar ou liderar movimentos antidemocráticos; De 8 a 20 anos para quem financiar movimentos antidemocráticos; De 6 a 12 anos, mais pena correspondente à violência, para crimes que atentem contra a integridade física e a liberdade do Presidente da República, do Vice-Presidente da República, do Presidente do Senado Federal, do Presidente da Câmara dos Deputados, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e do Procurador-Geral da República, com fim de alterar a ordem constitucional democrática; De 20 a 40 anos para crimes que atentem contra a vida das autoridades citadas acima, com fim de alterar a ordem constitucional democrática. A versão atual do Código Penal prevê apenas: Pena de reclusão de 4 a 8 anos para quem tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais; Pena de reclusão, de 4 a 12 anos, além da pena correspondente à violência, para quem tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. A proposta prevê ainda que, se o crime foi cometido por funcionário público, haja a perda automática do cargo, função ou mandato eletivo. O texto também determina a proibição de a pessoa física envolvida em atos antidemocráticos contratar com o Poder Público e de obter subsídios, subvenções, benefícios ou incentivos tributários. Inclui ainda a possibilidade de suspensão de direitos de sócio e de administrador, enquanto perdurarem subsídios, subvenções ou benefícios ou incentivos tributários, nos casos em que o condenado participar de sociedade empresária por decisão judicial motivada. Medidas financeiras O outro projeto de lei anunciado pelo governo prevê o acréscimo de um trecho ao Código de Processo Penal para permitir a apreensão de bens, o bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros de suspeitos de financiar atos antidemocráticos, em qualquer fase do processo, e até antes da apresentação de denúncia ou queixa. Segundo o texto, a decretação dessas medidas pode ser feita pelo juiz: por iniciativa própria; após pedido do Ministério Público; após pedido da União, nos casos de prejuízo ao patrimônio público; após pedido da autoridade policial, se ouvido o Ministério Público. A lei atual autoriza o "sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro". E diz que "para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens". Segundo o governo, com o projeto, "espera-se fortalecer os instrumentos jurídicos disponíveis para ação dos danos derivados dos crimes contra a soberania nacional, contra as instituições democráticas, contra o funcionamento das instituições democráticas no processo eleitoral e contra o funcionamento dos serviços essenciais". Fonte: G1 Leia Também Governo anuncia projetos de lei para endurecer combate a crimes contra democracia Funcer promoverá 5ª edição do Evento Cultural no dia 28 de julho, no Teatro Palácio das Artes, em Porto Velho ONU considera "preocupante" utilização de bombas de fragmentação por Kiev Ex-deputado de Rondônia, médico terá de devolver mais de R$ 289 mil aos cofres públicos Programa de refinanciamento de dívidas com o município oferece descontos de até 100% de multas e juros Twitter Facebook instagram pinterest