Publicada em 21/07/2023 às 16h07
"Este tipo de munições deviam pertencer à história, não deveriam ser utilizadas", assinalou o porta-voz Stéphane Dujarric em declarações aos 'media' na sede da ONU em Nova Iorque.
Os Estados Unidos anunciaram em 07 de julho o envio de bombas de fragmentação à Ucrânia, apesar das críticas da Alemanha e de outros países, e ainda de organizações de direitos humanos, em particular devido aos impactos que podem provocar na população civil.
Na quinta-feira Washington confirmou que este tipo munições já está a ser utilizado no campo de batalha, mas de forma "apropriada e efetiva".
"Estão a ser utilizadas apropriadamente e de forma efetiva, e de facto estão a registar um impacto nas formações defensivas e nas manobras da Rússia", assegurou em conferência de imprensa virtual John Kirby, porta-voz do Conselho de segurança nacional da Casa Branca.
Estas bombas foram incluídas num novo pacote de ajuda militar, avaliado em 800 milhões de dólares (cerca de 719 milhões de euros à taxa de câmbio atual), que incluía também, entre outras armas, mísseis de defesa aérea, sistemas antiaéreos Stinger e munições para sistemas antiaéreos Patriot.
Em 13 de julho, o Pentágono confirmou que essas bombas já estavam em território ucraniano.
Organizações não-governamentais (ONG), como a Human Rights Watch (WRW), tinham previamente anunciado que Rússia e Ucrânia já tinham utilizado este tipo de arma na guerra.
A Rússia advertiu este mês que caso os Estados Unidos fornecessem bombas de fragmentação à Ucrânia, o seu Exército utilizaria "meios de destruição similares".
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou no passado fim de semana que o seu exército tem uma "boa reserva" de bombas de fragmentação, e ameaçou usá-las na Ucrânia.
"Na Rússia, há uma boa reserva de munições de fragmentação, de diferentes tipos", sublinhou Putin numa entrevista ao canal da televisão pública "Rossia-1" hoje transmitida e citada pela agência France-Presse (AFP).
"Até agora não as usámos, não precisávamos delas, embora, num determinado momento, tivéssemos uma conhecida escassez de munições", disse Putin.
"Mas se forem usadas contra nós, reservamo-nos no direito de retaliar", acrescentou o presidente russo.
Putin recordou na entrevista que "o uso de bombas de fragmentação foi descrito como um crime pela própria administração norte-americana.
A ofensiva militar russa em curso no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.