Por Folha do Sul
Publicada em 18/11/2019 às 09h35
A letra da música “É uma partida e futebol”, da banda mineira Skank, que narra em ritmo e poesia a paixão do brasileiro pelo esporte criado pelos ingleses, pergunta: “quem não sonhou em ser um jogador de futebol?” Embora clichê, tal pergunta é cabível diante do sentimento que os brasileiros têm pelo futebol. Essa paixão é notada de ponta a ponta do Brasil, seja nos grandes centros ou nos mais longínquos lugarejos deste país de dimensões continentais.
Foi essa paixão pelo futebol que levou um garoto, então com 14 anos, a deixar a família em Vilhena e buscar seu sonho a mais de 2.600 km, no Rio de Janeiro. Clauber Antunes Rocha, hoje com 34 anos, e há 20 morando na capital fluminense, nasceu em Vilhena, onde a família vive até hoje e onde ele morou até aos 14 anos, com um período na capital rondoniense. “Eu morei por quatro anos em Porto Velho, onde joguei na Escolinha Atlas Eventos, que fazia excursões por todo o Brasil e América do Sul. Quando voltei para Vilhena, me dividia entre os treinos de futsal na Escola Álvares de Azevedo e a Escolinha do Clube dos Estados, que era comandada pelo professor Ayres” lembra Clauber Rocha.
Depois do retorno a Vilhena, Clauber ficou apenas um ano, e em 1999 pintou a oportunidade de fazer um teste no Botafogo. “Alex Agulha, que tinha sido meu professor na escolinha em Porto Velho, achou que eu tinha condições de ser aprovado e proporcionou a oportunidade de eu fazer o teste. Vim e não voltei mais”, conta.
Clauber Rocha jogou na base do Botafogo e ficou no clube como atleta por 9 anos. Neste período, foi convocado duas vezes para a Seleção Brasileira, uma para a Sub-16 e outra para a Sub-18. Mas, diversas lesões levaram a quatro cirurgias no joelho, que causaram a queda de rendimento que levou Clauber a encerrar precocemente a carreira. “Meu adversário passou a ser o meu corpo, eu sentia dores; e por isso não foi tão difícil parar, porque a dores superavam o prazer de jogar”, disse.
O ex-jogador contou que neste período ele cursava Educação Física e voltou seu foco para a vida acadêmica. E foi esse foco que o manteve no meio esportivo. “Enquanto eu cursava a faculdade, fiz estágio na Escolinha do Botafogo. Depois fui efetivado com o coordenador da peneira”, lembra.
O novo contratado ficou na função apenas por seis meses. Seu método organizacional chamou a atenção da diretoria do clube, que lhe ofereceu o cargo de supervisor da categoria Sub-15. “Aceitei. Depois passei pela Sub-17, Sub-20 e cheguei ao Profissional, onde permanecia por três anos”, contou.
Na metade do ano de 2015, Clauber Rocha deixou o Botafogo e passou a atuar com assessoria pessoal de atletas. “Meus clientes eram principalmente os atletas sul-americanos que jogam ou jogaram no Brasil”, afirmou Clauber, que relatou permanecer com assessoria até janeiro de 2017, quando recebeu convite do Vasco da Gama para assumir a supervisão do Sub-20. “O convite veio por meio do Gerente Geral do Futebol de Base do Vasco, Carlos Brazil. Nós nos conhecemos quando ele era gestor da base do Flamengo e eu trabalhava no Botafogo”, contou.
Nestes quase dois anos de Vasco, Clauber voltou à Seleção Brasielira. “Tive a primeira convocação em novembro do ano passado. Fui convocado na função de administrador para amistosos no México. Nessa função fico responsável pela logística da delegação, principalmente de equipes avançadas. Vou sempre antes da delegação nas viagens, principalmente para outros países e organizo tudo que precisaremos no período de convocação: hotel, ônibus, van, material, alimentação, hidratação, locais de jogos, de treinos”, enumerou.
Desde aquela primeira em novembro de 2018, já foram sete as convocações para servir as seleções de base. “Foram seis com a seleção Sub-15 e uma com a Sub-16 para amistosos no Uruguai, Chile e México com a Sub-15; e para um torneio quadrangular na Inglaterra com a Sub-16”, lembra Clauber antes de concluir: “Na última convocação pela Sub-15 fomos campeões de um quadrangular disputado na Granja Comary, com jogos contra Uruguai, Peru e Bolívia”. O Torneio Internacional aconteceu no mês de setembro e serviu como preparação para Sul-americano Sub-15, que acontece entre os dias 23 de novembro e 08 de dezembro na Bolívia. Clauber espera está lá junto com a seleção.
Com toda essa correria, Clauber não tem encontrado tempo para vir a Vilhena. A solução encontrada para não ficar tanto tempo longe dos pais é levá-los ao Rio de Janeiro. “Sempre prezei por ir à Rondônia pelo menos uma vez por ano. A última vez que fui foi em fevereiro de 2018. Este ano, por causa da convocação para a seleção acabei cancelando a ida e não tenho previsão de férias por agora”, pontuou.
Clauber afirmou que mesmo a distância e com a correria do dia-a-dia, busca acompanhar o futebol rondoniense, seja pela internet ou em conversas com familiares e amigos que moram aqui. Ele enviou foto da filha usando a camisa do Vilhenense, campeão estadual 2019. “Eu tenho orgulho de ser rondoniense e vilhenense, e sempre que posso externo isso com muito prazer onde quer que eu vá”.