Por Professor Nazareno
Publicada em 23/12/2020 às 08h00
Professor Nazareno*
Em pouco mais de nove meses de 2020, a Covid-19 matou quase 200 mil pessoas só no Brasil. Isso é o dobro das mortes relacionadas ao coração, doença que mais matou brasileiros em 2019, por exemplo. É quatro vezes o número de pessoas mortas ao ano pela violência sem controle em nossa sociedade e umas 3,5 vezes o número de óbitos ocasionados por acidentes de trânsito. Nenhum tipo de câncer matou mais do que o Coronavírus por aqui. Porém, a pandemia da Covid-19 não é nem de longe a pior doença a afetar o Brasil neste fatídico ano que ora se encerra. A “desgraça nacional”, deste e de outros anos também, se chama Jair Messias Bolsonaro. Muito pior do que o Coronavírus, esse arremedo de presidente semeou a insensatez, o ódio, a vingança, o atraso, o deboche, a ignorância, o fascismo, a desfaçatez, a luta de classes.
Muito diferente do Coronavírus, o presidente do Brasil parece estar imune ao impeachment e ao fim de seu esdrúxulo mandato à frente dos brasileiros. Em apenas dez meses, laboratórios do mundo civilizado já iniciaram o que pode ser a vitória final sobre o temido vírus. Mas no Brasil, não há a menor possibilidade de se livrar de um dos piores presidentes da História do país. Na Câmara dos Deputados, o deputado Rodrigo Maia, por razões que a própria razão desconhece, já engavetou dezenas de pedidos de afastamento do “Bozo”. A ex-presidente Dilma Rousseff foi arrancada à força do cargo por ter cometido um crime que quase todos os presidentes, inclusive o atual, cometem. Mas são incontáveis os crimes cometidos por Bolsonaro e seus ministros. Do fiasco nas relações exteriores à devastação do meio ambiente, há mil razões para tirá-lo do poder.
Jair Bolsonaro imita um treponema amaldiçoado cuja família não sai das páginas policiais por causa das “rachadinhas” e de outros “rolos”. Seus filhos podem ser piores do que os filhos do Lula. O infeliz é como uma bactéria infame e mortal muito pior do que o Coronavírus. É como uma traiçoeira doença que até o momento está incurável e invencível. O Luladrão, o PT, os presidentes militares, a Arena, Paulo Maluf, Eduardo Cunha, Michel Temer, a elite nacional. Em ruindade e estupidez, nenhum chega aos pés dele. Ao semear o escárnio e a intriga, ele destrói famílias inteiras e joga o país no abismo da intolerância como nos piores regimes ditatoriais e teocráticos do mundo. Usa descaradamente a estrutura do Estado para beneficiar e proteger sua família. Avacalha as Forças Armadas, nega a ciência, desdenha do conhecimento e insulta o bom senso.
Mas parece que a elite nacional, que o colocou no poder, não pensa em tirá-lo agora do Planalto. Não percebeu ainda o perigo que ela corre se começarem os boicotes aos nossos produtos, principalmente os agropecuários e as commodities. Mesmo que o mundo civilizado lhe vire as costas e imponha restrições ao Brasil, Bolsonaro parece se achar invencível no seu ridículo castelo de cartas. Mas bons ventos já sopraram lá da civilidade: seu guru e cúmplice em idiotices, bravatas e maldades já foi devidamente defenestrado da Casa Branca e hoje está “piano” diante da realidade que algum dia fatalmente também baterá às portas de Brasília. Congresso Nacional e STF podem se cansar e o “serviço” pode ser feito por aqui mesmo. E tudo dentro da legalidade, pois precisamos de coerência e de prudência. E apesar de ser um militar, Hamilton Mourão já seria uma boa pedida. Se a Covid-19 pode estar perto do fim, o “Bozo” não é eterno.
*Foi professor em Porto Velho