Publicada em 27/06/2023 às 08h33
Porto Velho, RO – Nesta terça-feira, 27/6, a Polícia Federal deflagrou a Operação Jurupari visando combater diversos crimes, incluindo a usurpação de bens públicos da União, extração mineral sem autorização, operação de instituição financeira sem permissão, uso de substâncias nocivas ao meio ambiente, além de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação conta com a participação de 20 agentes da Polícia Federal e 10 militares do Exército Brasileiro, que executam três mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão, emitidos pela 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária da SJAM. As diligências estão sendo realizadas nas cidades de Manaus/AM, Porto Velho/RO e Ponta Grossa/PR.
Adicionalmente, foram determinadas medidas de bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas, bem como o sequestro de bens móveis e imóveis que possam estar em posse dos envolvidos.
Essa ação é resultado de investigações criminais iniciadas em outubro de 2020, após a prisão em flagrante de duas pessoas em Ji-Paraná/RO, quando tentavam transportar 60g de ouro em lingotes, no valor de R$18.600, sem qualquer documentação que comprovasse a origem lícita do mineral. A apreensão dos aparelhos telefônicos dos suspeitos revelou indícios de uma extensa rede de exploração ilegal de garimpos na região de Japurá/AM.
Vale ressaltar que um dos detidos foi assassinado em 14/10/2020, em Curitiba/PR, logo após ter sido liberado em audiência de custódia, enquanto se encontrava em frente à sua loja de revenda de automóveis.
Após a abertura do inquérito policial para apurar os fatos, foram identificados os responsáveis pela exploração ilegal de garimpos. Um indivíduo utiliza sua esposa e uma empresa para facilitar transações ilegais de ouro, além de se valer de várias empresas de metais para lavar os ativos.
Além disso, foram encontradas evidências do envolvimento de militares de alta patente que recebiam pagamentos regulares por meio da empresa de importação e exportação de minérios. Um desses militares supostamente fornecia informações privilegiadas e interferia nas operações de combate aos garimpos ilegais, enquanto sua esposa recebia pagamentos em nome dos investigados.
Os envolvidos se aproveitam das dificuldades de fiscalização ambiental na região de Japurá/AM para cometer crimes contra o meio ambiente, incluindo a devastação da Estação Ecológica Juami-Japurá, o que impacta negativamente o ecossistema amazônico.
Durante as investigações, foi possível constatar que pessoas físicas e jurídicas interpostas eram utilizadas para realizar a lavagem de ativos no mercado ilegal de ouro. Além disso, um dos investigados atua como operador financeiro dos crimes cometidos por um líder da organização criminosa.
Consultas realizadas à Agência Nacional de Mineração (ANM), ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e análises telemáticas dos envolvidos não encontraram autorização para a exploração de garimpo de ouro no local, confirmando a ilegalidade das atividades.
As informações são da Polícia Federal (PF).