
Publicada em 17/03/2025 às 14h33
As queimadas aumentaram a concentração de fumaça em várias regiões da Amazônia em 2024. Em Rondônia, as comunidades quilombolas Pedras Negras, Santa Fé, Forte Príncipe da Beira, Jesus, Vale do Guaporé, Laranjeiras e Santo Antônio do Guaporé registraram níveis de poluição por material particulado fino (PM2.5) até 193% do limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A concentração de poluentes nessas regiões foi a mais alta entre julho e dezembro de 2024 entre os territórios quilombolas, revela análise exclusiva da InfoAmazonia.
O pior índice foi registrado na comunidade Pedras Negras, no município de São Francisco do Guaporé, a 762 km da capital Porto Velho. A OMS estabelece que a concentração de PM2.5, um dos principais poluentes da fumaça, não deve ultrapassar 15 microgramas por metro cúbico (µg/m³). Mas, em Pedras Pretas, a poluição por fumaça alcançou a média de 44 µg/m³, 193% acima.
Para descobrir quais foram os territórios na Amazônia com maior concentração de fumaça no segundo semestre do ano passado, a InfoAmazonia coletou dados do Copernicus (CAMS), do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas (ECMWF). Depois, identificou as localidades quilombolas mais impactadas por meio de informações regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). — leia a metodologia da análise aqui.
Nas comunidades quilombolas de Rondônia, os níveis elevados de poluição se mantiveram ao longo de julho a outubro. A presença contínua da fumaça comprometeu a qualidade do ar e impactou a vida nos territórios que dependem do meio ambiente para a agricultura, pesca e outras atividades de subsistência econômica.
Esta é a terceira reportagem da série “Invisíveis da Fumaça”, uma parceria entre a InfoAmazonia e o Voz da Terra. A análise exclusiva investigou a poluição do ar atribuível às queimadas históricas, que ocorreram entre julho e dezembro de 2024.
