Publicada em 19/08/2023 às 11h31
Porto Velho está entre as capitais brasileiras que apresenta o maior número de acidentes de trânsito. Velocidade excessiva, pressa dos motoristas e motoqueiros (não motociclistas), sinalização deficiente e ignorada pela maioria dos usuários, fiscalização inexistente são alguns dos vários problemas, que levam aos dados alarmantes de acidentes no trânsito da capital de Rondônia.
Até a primeira quinzena de maio deste foram registrados 2.056 acidentes no trânsito violento e desorganizado de Porto Velho. Em 2022, no mesmo período ocorreram 1,021 acidentes. Como sempre a maioria tendo envolvimento de motocicletas. Muitos com vítimas fatais.
Cerca de 70% dos atendimentos de emergência no Pronto Socorro João Paulo II ocorrem com motocicletas. Devido a isso o JP II está constantemente lotado e as pessoas sendo atendidas em macas e até em colchões no chão. É importante destacar, que mesmo com os problemas, médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal administrativo, os pacientes são atendidos.
O assunto mereceu destaque durante a semana na Assembleia Legislativa (Ale). Deputados questionaram a situação preocupante com os acidentes sempre crescentes enlutando famílias e provocando superlotação do João Paulo, que pertence ao Estado, porque a prefeitura não tem Pronto Socorro Municipal. É a única capital do País a não ter o serviço.
Devido aos acidentes constantes e quase sempre com participação de motocicletas, os custos do Estado com a saúde pública se avolumam e os recursos financeiros para o setor nem sempre conseguem atender a demanda, porque o João Paulo II também atende pacientes do interior e do Amazonas, que tem divisa territorial com Porto Velho.
Além dos deputados a câmara de vereadores de Porto Velho deve ser parceira na cobrança de melhorias principalmente da fiscalização e orientação, que não existem. Os agentes de trânsito, que na verdade pouco faziam, desapareceram das ruas da capital. Os policiais militares, que até a administração do ex-prefeito Roberto Sobrinho (PT), estavam presentes com motocicletas em pontos estratégicos no centro e nos bairros não mais são vistos. Por que?
Informações, não oficiais, dão conta, que existia um convênio entre prefeitura e Polícia Militar (PM), para fiscalização e orientação do trânsito da capital. Hoje não mais existe, porque não foi renovado.
Seria importante que o secretário de trânsito (Semtran) de Porto Velho, ex-deputado estadual Anderson Pereira priorize a organização do segmento, pois os acidentes estão crescendo com enorme velocidade e, como sempre envolvendo motocicletas, pois a maioria dos seus condutores não respeita mão de direção, fazendo ultrapassagens –ilegais– pela direita, não respeitam semáforos e nem placas de sinalização, além do excesso de velocidade.
Uma parceria com o Detran, hoje comandado pelo ex-deputado (federal e estadual) e ex-vereador da capital, Léo Moraes e prefeitura, via Semtran seria um passo importante na busca da redução dos acidentes no violento e perigoso trânsito, que, além de matar mutila pessoas. Circular pelas ruas e avenidas em horários de picos é correr sério risco de se acidentar.
Outro problema que está relacionado aos semáforos. Quando apresentam problemas, além de demora para os reparos não aparecem agentes de trânsito, que circulam pela cidade em carros com ares-condicionados para organizar, orientar. Se a situação já é complicada com o funcionamento normal, a situação fica crítica.
A possibilidade de organização de o trânsito em Porto Velho deve ser prioridade pelas autoridades. Já que os deputados estão dispostos a buscar solução, pois devido aos inúmeros e constantes acidentes, os recursos para a saúde pública do Estado e, consequentemente dos municípios estão comprometidos, porque as despesas com pessoas acidentadas na capital amplificam os gastos comprometendo o orçamento.
Solução para um trânsito seguro, organizado, existe. Basta boa vontade e fiscalização com rigidez.